Oposição síria fala em até 1.300 mortos por armas químicas

Liga Árabe ordena que inspetores da ONU se dirijam imediatamente à área atacada
Reino Unido anuncia que vai levar o assunto ao Conselho de Segurança
Pela TV estatal, autoridades sírias negaram o uso de gás sarin

O Globo
- com agências internacionais

AMÃ- A oposição síria acusou as forças do presidente Bashar al-Assad de lançar um ataque com armas químicas em distritos dominados pelos rebeldes perto de Damasco nesta quarta-feira. Segundo a denúncia, mais de 1.300 pessoas foram mortas. A Liga Árabe ordenou os inspetores das Nações Unidas, que chegaram há três dias no país para investigar o uso de agentes químicos, a se dirigirem imediatamente à área atacada. Além disso, o Reino Unido anunciou que vai levar o assunto ao Conselho de Segurança.

Em um pronunciamento na TV estatal, o governo sírio negou o uso de armas químicas nos ataques contra os subúrbios de Damasco. A emissora citou uma fonte dizendo que a denúncia não é verdadeira e se destinava a distrair a equipe da ONU em visita ao país.

Fontes divergem sobre o número de vítimas. O vice-chefe da Coalizão Nacional Síria - que reúne grupos da oposição -, George Sabra, estimou 1.300 mortos em cinco subúrbios da capital - Douma, Jobar, Zamalka, Arbeen e Ein Tarma. Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede em Londres, apontou 200 vítimas em ataques com projéteis lançados de aviões. Comitês locais, por sua vez, sustentam que o número de mortos chega a 755.

Ativistas relataram que foguetes com agentes químicos atingiram os subúrbios na região de Ghouta. A enfermeira Bayan Baker afirmou que 213 pessoas morreram no ataque, de acordo com dados coletados em centros médicos na região. Segundo ela, muitas das vítimas eram mulheres e crianças.

- Eles chegaram com a pupila dilatada, membros frios e espuma na boca. Os médicos dizem que estes são sintomas típicos de vítimas de gás de nervos - disse a enfermeira.

Uma foto supostamente feita por ativistas mostrou os corpos de pelo menos 16 crianças e três adultos, um vestindo uniforme de combate, deitados no chão de uma sala em um centro médico, onde foram recolhidos os corpos.

Khaled Omar, do conselho local da oposição em Ain Tarma, relatou ter visto cerca de 80 corpos no Hospital Hajjah e em uma clínica improvisada em uma escola no distrito vizinho de Saqba.

- O ataque ocorreu em torno de 3h (21h de terça-feira em Brasília). A maioria dos mortos estava em suas casas - disse Omar.

Os Estados Unidos e os países europeus dizem ter fortes indícios de que o governo de Assad usou gás sarin no passado, o que Washington chamou de “linha vermelha” para justificar a ajuda militar internacional aos rebeldes. Autoridades sírias, no entanto, sempre negaram o uso de agentes químicos durante o conflito no país, que já entra em seu terceiro ano, e acusam os rebeldes de usá-las, que também rechaçam a acusação.



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