Reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre Síria acaba em impasse

Aliados tentam convencer Rússia e China a apoiar ataque a Assad.
EUA insinuam que ataque pode ocorrer mesmo sem o aval da ONU.


Do G1, em São Paulo 


A reunião dos representantes dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU para discutir a crise política na Síria terminou em impasse nesta quinta-feira (29), segundo diplomatas ouvidos pela France Presse e pela EFE.

Os embaixadores dos cinco países com poder de veto no conselho (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) debateram pela segunda vez, durante 45 minutos, a iniciativa proposta pelo Reino Unido que deve autorizar "todas as medidas necessárias, em virtude do capítulo VII da Carta da ONU, para proteger os civis das armas químicas" na Síria.

O texto abre caminho para uma já esperada ofensiva militar, liderada pelos EUA, contra as forças do contestado regime sírio do presidente Bashar al-Assad, em resposta ao suposto ataque químico lançado pelas tropas oficiais, semana passada, contra rebeldes antigoverno e civis. Centenas de pessoas morreram, segundo a oposição.

As potências ocidentais tentam obter o apoio de Rússia e China para a resolução.

Moscou e Pequim, aliados de Assad, rejeitaram vários projetos de sanções contra Damasco no passado.

O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall, havia anunciado anteriormente que a Rússia, principal aliado do presidente sírio Bashar al-Assad, tinha convocado a reunião.

Os EUA voltaram a insinuar que podem buscar meios próprios para atacar, mesmo se o Conselho de Segurança não der seu aval à operação.

O regime sírio, que enfrenta uma violenta guerra civil há mais de dois anos, nega as acusações e acusa "terroristas" de tentarem desestabilizar o país.

O presidente Assad ameaçou, nesta quinta-feira, resistir a qualquer ataque lançado pelo Ocidente.

O Parlamento britânico votou contra uma moção do premiê conservador David Cameron que abria caminho para o ataque. O primeiro-ministro disse que "entendeu o recado" e iria agir consequentemente.

Ao mesmo tempo, a Cruz Vermelha Internacional denunciou que a escalada da violência pode piorar muito a situação humanitária na Síria.

A falta de medicamentos provoca muitas mortes em regiões rurais de Damasco, e há várias regiões do país sem água, comida e equipes de saúde.



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