Rússia participa de feira de defesa de olho no mercado latino-americano

Com olhos no aumento da cooperação técnico-militar com os países da América Latina, Rússia participa da Feira Aeroespacial e de Defesa, que começou na última terça-feira no Chile.


Tatiana Russakova | Gazeta Russa

Na última terça-feira (25), a 18ª Fidae (Feira Aeroespacial e de Defesa) abriu as portas no Chile aos visitantes de todo o mundo.

De acordo com o Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar, a Rússia mostrará 163 produtos militares em Santiago.

A exposição contará com a presença de 14 organizações russas, inclusive a maior empresa de venda de armamento do país no exterior, a Rosoboronexport, além da Sukhoi, da Instrument Design Bureau (KPB na sigla em russo), da NPO Bazalt e da Helicópteros Russos.


AMZ Tigr com Kornet-EM
Neste ano, a Rússia não vai expor grandes novidades. De acordo com informações da KPB, a empresa mostrará os sistemas de mísseis de alta precisão de longo alcance de múltiplas funções para combater alvos terrestres e aéreos Kornet-EM, os complexos de armas guiadas para lança-minas Km-8 Gran e o complexo Bur.

Km-8 Gran
A NPO Bazalt revelará as granadas reativas antitanque RPG-28 com o lançador de granadas descartável e uma bomba de fragmentação unificada com elementos de combate que afetam equipamentos militares, incluindo tanques modernos.

Já a empresa Helicópteros Russos promete trazer os seus tradicionais bestsellers na América Latina: os helicópteros de múltiplas funções Mi17A1 e Ka-32A11VS, que operam nos países da América Latina há vários anos. Além disso, mostrará o novo helicóptero militar Mi-35M. 


Kamov Ka-32
Durante as reuniões empresariais, os especialistas da Helicópteros Russos vão relatar as possibilidades do novo helicóptero Ka-62. O Brasil e a Colômbia já assinaram contratos para a compra desses aparelhos. Espera-se que o Ka-62 receba o certificado até o final de 2014.

As outras empresas que vão participar da feira não informaram quais produtos serão expostos em Santiago. No entanto, de acordo com especialistas, os visitantes poderão ver o avião Yak-130, o caça multimissão da geração 4+ Su-35, os equipamentos de defesa antiaérea Tor-M2E e Antei 2500, o sistema de mísseis terra-ar portátil Igla-S e os sistemas antimíssil Panzir-S1. 


Pantsir S-1
América Latina

No ano passado, o avião Yak-130 causou enorme interesse entre os países da América Latina, visto que eles usam principalmente aviões leves, independentemente das suas capacidades financeiras e doutrinas militares. Em 2014, a Rússia planeja assinar vários acordos preliminares de venda desses aviões.


Yakovlev Yak-130
De acordo com especialistas, a Rússia planeja aumentar a cooperação técnico-militar com os países da América Latina porque esse mercado é um dos mais promissores

Embora ainda não possa ser comparado com o da Ásia (Índia e China), os orçamentos militares dos países da região estão crescendo. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Internacional da Paz de Estocolmo, entre 2009 e 2013, os países latino-americanos aumentaram os gastos em equipamentos militares e armas em cerca de 10%. Os principais importadores de armas na região são o Brasil e a Venezuela.

Devido à instabilidade da situação política e militar nos países do Oriente Médio, que sempre compravam armas russas, a Rússia foi forçada a procurar novos mercados.

Durante os últimos cinco a seis anos, o país aumentou significativamente suas vendas de armas para a América Latina. Além da exportação de uma impressionante variedade de armas para a Venezuela, a Rússia começou a vender helicópteros Mi-35M ao Brasil, veículos blindados Tigr ao Uruguai e helicópteros de múltiplas funções Mi-17 à Argentina.


Mil Mi-35
Os especialistas afirmam que na Fidae 2014 os países não vão assinar acordos muito importantes. No entanto, exposições como essa oferecem aos exportadores de armamento militar uma possibilidade de mostrar os produtos de uma forma mais eficaz, realizar um sério trabalho de marketing e estabelecer contatos com os compradores. A participação no evento é um investimento em futuros contratos com os países da América Latina.

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