País investe em instalações para reparo de armamento no exterior

Rússia vai ajudar os países que compram equipamento militar russo a modernizar suas instalações de reparo. Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar (FSMTC, na sigla em inglês) ficará responsável por definir os pontos contratuais com outros países.


Aleksêi Krivorutchek | Izvéstia

Pela prática atual, os equipamentos de fabricação russa são enviados de volta ao país em caso de consertos mais complexos. “Estamos interessados na modernização e atualização de equipamentos, bem como na manutenção nos diversos escalões”, afirma o especialista em gestão de exportação da FSMTC, Boris Skatchinski.

“Se em um país estrangeiro houver uma nova instalação de qualidade comprovada, como fábricas certificadas e pessoal treinado, o cliente poderá realizar serviços por conta própria, usando documentação e equipamentos técnicos fornecidos a eles, bem como transferência de propriedade intelectual”, acrescenta Skatchinski.

A FSMTC não citou quais os países receberam da Rússia uma proposta de atualização de suas fábrica. No entanto, o chefe do departamento de análise do Instituto Político-Militar de Análises, Aleksandr Khramtchihin, acredita que a Síria seja um parceiro em potencial, tendo em vista que o seu Exército é quase totalmente equipado com armamento soviético, diferentemente dos seus centros de manutenção.

“Na Síria, todo o equipamento militar é soviético, e não há nenhum centro de reparo russo. A maior parte dos serviços de garantia são realizados na Rússia”, conta Khramtchihin.

Esses serviços também são necessários em todos os países em desenvolvimento que adquiriram equipamento militar da União Soviética e da Rússia. Os maiores consumidores de equipamentos russos são Vietnã, Líbia, Síria, Argélia, Malásia, Camboja e Venezuela. “A maioria desses países não têm a capacidade de modernizar seu equipamento militar”, frisa o especialista.

Cabe lembrar que a assistência técnica e garantia pós-venda sempre foi um ponto sensível nas exportações russas, pois era mais fácil produzir e entregar um novo equipamento do que transportá-lo de volta para consertá-lo.

Clone tecnológico

No final de março passado, o diretor do FSMTC, Aleksandr Fômin, anunciou que a Rússia está se preparando para assinar um acordo com o Peru para a reparação e modernização de veículos blindados.

Na Rosoboronexport, única exportadora autorizada de armas e equipamentos militares do país, as boas-novas foram interpretadas como uma nova e promissora oportunidade de modernização da frota de blindados utilizados em países africanos, como os tanques T-54, T-55, T-62 e T-72, além dos blindados BMP-1, BTR-60 e BRDM-2.

“Vários países do continente africano acumularam um enorme parque de equipamentos russos que se tornaram obsoletos. Assim, talvez pelo fato dos recursos financeiros limitados, o processo de modernização seja mais atraente do que o de renovação da frota. O custo será significativamente reduzido com os trabalhos sendo conduzidos em centros de produção dos próprios clientes”, afirma um representante da Rosoboronzakaz.

Também é possível falar na reparação de veículos de fabricação estrangeira (“clones” domésticos”, como, por exemplo, o tanque chinês T-59, criado na década de 1950 com base no soviético T-54.



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