Analista norte-americano afirma que Barack Obama precisa admitir erros para salvar a Ucrânia

Robert Parry destacou participação dos Estados Unidos nos eventos em Maidan


Diário da Rússia

Com o aumento crescente da tensão na Ucrânia envolvendo o governo interino de Kiev e as forças pró-federalização no leste do país, permanece a incógnita sobre como a crise pode ser resolvida e quais devem ser os atores protagonistas a interferir no país para evitar uma guerra civil. O jornalista e editor do portal Consortiumnews.com, Robert Parry, considera que o destino da Ucrânia depende da capacidade do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de trabalhar com o Presidente russo, Vladimir Putin, sobre o problema, considerando os interesses tanto dos ucranianos ocidentais, quanto dos ucranianos do leste.

Segundo o jornalista, para ajudar a neutralizar o agravamento da crise na Ucrânia, Obama terá que mostrar um nível de liderança em política externa que ele não demonstrou em seus mais de cinco anos no cargo. Em particular, terá que repudiar a narrativa unilateral que foi criada pelo seu próprio Departamento de Estado e os principais meios de comunicação dos Estados Unidos.

Parry afirma que Obama terá de reconhecer a realidade complexa da Ucrânia, que tem uma sociedade profundamente dividida entre o Ocidente e o Oriente, e entender que a revolta de Maidan teve o apoio dos Estados Unidos e que a derrubada do Presidente eleito Viktor Yanukovych foi realmente liderada por milícias neonazistas que continuam a brutalizar adversários políticos, incluindo o massacre de 2 de maio, em Odessa, que matou dezenas de russos étnicos.

O jornalista comenta que o que torna a posição de Obama politicamente tão difícil é que a elite política e a mídia dos Estados Unidos adotaram uma narrativa que exclui a realidade desagradável do que realmente aconteceu na Ucrânia nos últimos seis meses. Em vez disso, segundo ele, a narrativa simplista dos Estados Unidos fez primeiro de Yanukovych e depois do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, vilões de fantoche e, inversamente, transformou os manifestantes de Maidan em heróis idealistas.

Além disso, Parry afirma que Obama deve admitir que seu próprio governo desvirtuou os fatos e travou uma guerra de informação, reconhecendo também que a cooperação com Putin é extremamente importante para contornar esta crise sangrenta.

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