Putin elogia patriotismo russo ao lembrar vitória de 1945 em plena crise

Presidente russo participou de tradicional desfile militar em Moscou.
País comemora todos os anos a vitório dos aliados na Segunda Guerra.


France Presse

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou nesta sexta-feira (9) a "força triunfal do patriotismo russo" no tradicional desfile militar que comemora a vitória de 1945 sobre a Alemanha nazista, considerada uma demonstração de poder em plena crise com a Ucrânia.

"A força triunfal do patriotismo russo sai vitoriosa nesta celebração, na qual todos sentimos de maneira especial o que significa ser fiel à pátria e como é importante defender seus interesses", afirmou Putin em um discurso na Praça Vermelha de Moscou para as tropas e os veteranos da Segunda Guerra Mundial.

A Rússia comemora todos os anos a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial em 9 de maio, um dia depois das cerimônias nos países ocidentais.

O regime nazista assinou a rendição no fim da noite de 8 de maio, quando em Moscou já era 9 de maio em consequência do fuso horário.

"A vontade de ferro do povo soviético, sua coragem e sua firmeza salvaram a Europa da escravidão", disse Putin.

O tradicional desfile militar, no qual Moscou exibe sua grande capacidade militar, acontece em plena crise com a Ucrânia, que se intensificou após a anexação da península ucraniana da Crimeia à Rússia.

De acordo com a imprensa russa, Putin deve viajar ainda nesta sexta-feira para a cidade crimeia de Sebastopol, para participar nas cerimônias que recordam a libertação da localidade dos nazistas há 70 anos.

O governo da Alemanha desaconselhou a viagem, mas até o momento o Kremlin não confirmou a presença de Putin na localidade.

Moscou já confirmou a presença de Putin em 6 de junho na celebração dos 70 anos do desembarque aliado na Normandia (França), onde encontrará com o presidente americano, Barack Obama, e com Merkel.

A parada militar começou com o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, que passou em revista as tropas com hinos militares ao fundo.

Na Ucrânia, as autoridades interinas de Kiev não organizaram nenhum desfile militar durante a tradicional celebração da vitória contra a Alemanha nazista pelo temor de eventuais "provocações" dos ativistas pró-Rússia.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, considerou um prelúdio das 'provocações' a proposta de Putin aos rebeldes pró-Moscou do leste da ucrânia de adiar os polêmicos referendos de independência, convocados para domingo.

Apesar do apelo de Putin, os separatistas decidiram manter para o dia 11 as consultas nas regiões de Donetsk e Lugansk, que Kiev não reconhece e chamam de "referendos terroristas".

As autoridades ucranianas consideram os referendos similares ao processo que levou à anexação da Crimeia à Rússia no fim de março, após uma consulta para sobre a independência.

A União Europeia (UE) reagiu e afirmou que a celebração do referendo no leste da Ucrânia "não terá nenhuma legitimidade democrática e agravará ainda mais a situação".

O cenário conciliador apresentado por Putin na quarta-feira rapidamente virou fumaça.

O presidente russo previa a paralisação da operação militar ucraniana no sudeste do país em troca do adiamento dos referendos

Antes mesmo de tomar conhecimento da decisão dos separatistas, o governo ucraniano havia anunciado o prosseguimento da "operação antiterrorista".

As autoridades ucranianas organizam desde 2 de maio uma operação militar para retomar o controle na região leste, o que provocou dezenas de mortes.

Em Slaviansk, reduto pró-Rússia, foram registrados tiros e explosões durante a madrugada.

Em Kiev, a torre de televisão ficou sem energia elétrica, após um incêndio nos cabos, um incidente considerado suspeito pelo governo ucraniano.

Postar um comentário

Please Select Embedded Mode To Show The Comment System.*

Postagem Anterior Próxima Postagem