“Mini-OTAN” está apontando contra a Rússia

Os governos da Lituânia, Polônia e Ucrânia decidiram, para o caso de uma “situação crítica”, formar uma brigada militar conjunta com uma denominação dificilmente pronunciável de LITPOLUKRBRIG. Está previsto assinar o respetivo acordo em 18 de junho.


Gaiane Khanova | Voz da Rússia

Contudo, a ideia de tal formação não surgiu hoje. Foi anunciada ainda em 2013 pelo ministro da Defesa polaco. O mais forte elemento combativo da brigada será polaco, porque a Lituânia não dispõe de seu próprio exército, enquanto as Forças Armadas ucranianas estão, no fundo, desmoralizadas.

Na opinião de peritos russos, tal brigada não representa uma ameaça real para a Rússia. Mas é evidente uma certa tendência delineada após o agravamento da situação na Ucrânia. Nas palavras do ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu, trata-se de uma atividade “sem precedentes” das Forças Armadas dos Estados Unidos e da OTAN na proximidade das fronteiras russas.

Lembre-se que o presidente da Ucrânia, Piotr Poroshenko, não tinha apoiado a proposta da ex-dirigente do governo ucraniano, Yulia Timoshenko, de convocar um referendo sobre a entrada do país na OTAN. Mas, pelo visto, o mecanismo de preparação acelerada para o processo já está sendo ativado.

A brigada conjunta é um passo rumo à integração militar da Ucrânia com dois países da OTAN, que prevê a passagem para os padrões da aliança na planificação militar e na tomada das respetivas decisões de comando. Comunica-se que o componente ucraniano da brigada ficará acantonado num polígono de Lvov. O ministro interino da Defesa da Ucrânia, Mikhail Koval, anunciou que a unidade “irá cumprir, inclusive, missões de paz”.

Karel Sestak, antigo instrutor militar e presidente da Sociedade Checo-Russa, não acredita na “atividade de paz” da brigada, considerando que a formação da LITPOLUKRBRIG, tal como todas as ações ativas de hoje da OTAN na Europa são apontadas contra a Rússia. Ao mesmo tempo, a ideia de formar tal brigada nasceu num outro continente:

“Os americanos não têm vontade de utilizar seus soldados e, por isso, dão dinheiro para formar tal unidade. Tudo isso pode acabar muito mal. Os EUA aumentam sua presença militar na Europa, envidando esforços para cercar a Rússia e provocando uma grande guerra real. Naturalmente, receiam os sistemas defensivos das Forças Armadas da Rússia, tais como o sistema Dead Hand (Perimetr, em russo) que se põe automaticamente em regime de prontidão combativa. Tais sistemas os assustam…

A formação de uma brigada conjunta de três países prova apenas que Kiev não tem dinheiro para nada, nem mesmo para combustível para seus tanques e blindados utilizados na operação punitiva nas regiões de Lugansk e Donetsk. Tudo é pago pelos EUA que já dispensaram cinco bilhões de dólares para apoiar a campanha ucraniana.

A Rússia não deve olhar com indiferença para o derramamento de sangue na Ucrânia. Podemos esperar tudo, já que o governo ucraniano está reunindo soldados de outros países. Repito que por detrás dessas ações estão os EUA e a direção da UE, que consideram a Ucrânia como esfera de seus interesses. Eles só entendem a linguagem da força. A Rússia tem que deter essa desgraça crescente”.


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