Milícia afirma ter tomado controle do aeroporto internacional de Trípoli

Após ação, parlamentares da Líbia chamam grupo ‘Fajr Libia’ de ‘terrorista’.
Aeroporto era dominado por milícia rival desde queda de Kadhafi, em 2011.


Do G1, com agências internacionais

O grupo radical islâmico “Fajr Libia” anunciou ter assumido o controle do aeroporto internacional de Trípoli, capital da Líbia, neste sábado (23), após entrar em conflitos com milicianos nacionalistas da cidade de Zenten.

O “Fajr Libia” (Amanhecer da Libia) é uma coalização de milícias, principalmente da cidade Misrata, ao leste da capital. O aeroporto é um local estratégico, situado a 30 quilometros de Trípoli, e está fechado desde a explosão dos combates, no dia 13 de julho.

Confrontos violentos ocorreram no sábado em vários bairros situados em torno do aeroporto, no quais morreram 14 milicianos do “Fajr”. Um avião bombardeou posições dos islamitas nos arredores do aeroporto e foi responsável pelas mortes de pelo menos 13 desses combatentes, segundo o “Fajr Libia”, que acusou os Emirados Árabes Unidos e o Egito pelo ataque. O Cairo desmentiu de forma categórica ter bombardeado a região.

Já bombardeios contra posições da milícia em Misrata, ao leste da capital, deixaram 15 pessoas mortas e 35 feridas.

Se a tomada do aeroporto pelos jihadistas for confirmada por fontes independentes, seria um importante revés para as milícias nacionalistas da cidade de Zenten, oeste da Líbia, que controlavam o local desde a queda do ditador Muamar Kadhafi, em 2011.

'Terroristas'

O parlamento líbio chamou de “terroristas” as milícias islâmicas que anunciaram no sábado (23) a tomada do controle do aeroporto de Trípoli, depois de uma semana de combate. “Os grupos que atuam sob os nomes de ‘Fajr Libia’ e Ansar al-Sharia são grupos terroristas e ilegais que atacam os poderes legítimos”, afirma um comunicado oficial divulgado neste domingo (24).

Também considerado um grupo terrorista pelo governo dos Estados Unidos, o Anshar al-Sharia controla quase 80% da cidade de Benghazi, distante mil quilômetros ao leste de Trípoli, onde resiste à ofensiva do general dissidente Khalifa Haftar.

“Os dois grupos são alvos legítimos do exército nacional, que apoiamos firmemente em sua guerra para forçá-los a interromper as matanças e entregar as armas”, afirmaram os deputados do parlamento, com sede em Tobruk, distante 1,6 mil quilômetros da capital.

Neste domingo, milicianos islâmicos atacaram em Trípoli os estúdios do canal de televisão privado Al-Asima, que respalda os nacionalistas de Zenten, segundo a emissora.

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