China criou análogo do míssil russo S-300

O complexo Hongqi-10 está pronto para rechaçar um ataque de mísseis dos EUA e mostra que a China se torna uma potência marítima. Para a China, trata-se de um enorme avanço, mas esse é o nível do sistema de defesa antiaérea de finais dos anos 70 e início dos anos 80.


Natalia Kasho | Voz da Rússia

As possibilidades desse complexo foram mostradas no noticiário da Televisão Central da China CCTV na quinta-feira, em horário nobre.


China, defesa, inovação, desenvolvimentoFoto: scmp.com

No filme, mísseis antiaéreos, lançados de navios e de complexos móveis terrestres, atingem alvos aéreos do adversário condicional. No comentário assinalava-se que os mísseis Hongqi-10 atingem alvos a baixa altitude; entre 1,5 e dez mil metros. O complexo serve, em primeiro lugar, para defender os navios a curtas distâncias, considera o perito militar Vladimir Evseev:

“A China aumenta o potencial da sua Marinha de Guerra. Deste ponto de vista, o país tem de ter um sistema de defesa antiaéreo seguro. Isto mostra que a China se prepara para ir além dos mares costeiros.

A capacidade de intercetar mísseis a uma altitude até dez mil metros mostra que o Hongqi-10 serve, em primeiro lugar, para intercetar mísseis de cruzeiro com base móvel. Trata-se de resistir a um ataque de mísseis dos EUA. É muito difícil compreender até que ponto este sistema pode ser empregue na defesa da costa, porque aí muita coisa é determinada pelo relevo. Estes mísseis não são eficazes em locais não planos.

Por isso, o principal objetivo do Hongqi-10 é precisamente a defesa de mísseis anti-navios. Isso reflete o estabelecimento da China como uma potência oceânica”.

Os parâmetros de combate do Hongqi-10 são secretos. É sabido, porém, são precisos apenas dez segundos para que o sistema possa ser apontado para o objetivo do adversário convencional. Segundo Konstantin doutor em ciências militares, isso é um indicador comum:

“Nada tem de especial. O tempo de reação de dez segundos é muito tempo. É o mesmo tempo dos sistemas russos que estão há muito em funcionamento: o complexo S-300 e a sua versão marítima, montada em cruzadores. Para os complexos de mísseis de médio alcance é um bom indicador. Mas para os complexos de mísseis antiaéreos de curto alcance, para complexos de autodefesa, 10 segundos para apontar nada tem de extraordinário. Eu diria mesmo que não é um indicador nada bom, porque o tempo dos complexos de autodefesa do análogo russo terrestre Tunguski ou o seu análogo militar naval é de cinco a oito segundos. Não se pode considerar o Hongqi-10 um salto extraordinário em frente. Trata-se de um complexo comum”.

O perito também não ficou surpreendido com a informação do comentador da CCTV de que o complexo Hongqi-10 é capaz de defender tropas terrestres de ataques de caças, drones e mísseis de cruzeiro:

"Derrubar mísseis de cruzeiro, drones e caças é bastante trivial para este sistema de defesa antiaérea. Todos os complexos de mísseis são capazes de fazer isso. Tanto mais que os mísseis de cruzeiro e os drones são, para um complexo desses, alvos aéreos bastante simples. Seria interessante se eles pudessem atingir alvos balísticos a longa distância.

Para a China, tendo em conta o seu nível de desenvolvimento tecnológico nesta esfera, claro que isso é um êxito. Mas esse é um nível semelhante aos análogos soviéticos dos sistemas de defesa antiaérea de finais dos anos 70 e início dos anos 80 do século passado”.

Seja como for, a apresentação televisiva do Hongqi-10 confirmou que a China aumenta o seu potencial militar em todos os sentidos. Nos últimos meses, ela, nomeadamente, testou complexos e sistemas modernos de defesa antimíssil, armas-satélite e supersônicas.


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