Negociações de paz para o Leste da Ucrânia são canceladas

Acusados de descumprir acordo sobre troca de prisioneiros, rebeldes separatistas dizem ter sido ‘ignorados por Kiev’


O Globo
com agências internacionais

MINSK — A reunião entre o governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia para negociar a paz no Leste da Ucrânia, programada para esta sexta-feira em Minsk, foi cancelada. O cancelamento foi confirmado tanto pelos separatistas quanto pelo ministério bielorrusso de Assuntos Exteriores.

Tropas do Exército ucraniano durante operação em Debaltseve, na região de Donetsk. Negociações de paz em Minsk foram canceladas nesta sexta-feira Foto: Sergei Chuzavkov / APTropas do Exército ucraniano durante operação em Debaltseve, na região de Donetsk. Negociações de paz em Minsk foram canceladas nesta sexta-feira - Sergei Chuzavkov / AP

— Os representantes das repúblicas populares de Luhansk e Donetsk não tomarão parte nas negociações desta sexta-feira — anunciou o negociador-chefe dos rebeldes de Luhansk, Vladislav Deinego.

O cancelamento da segunda reunião do Grupo de Contato de Minsk, que reúne os grupos envolvidos no conflito no Leste da Ucrânia, com mediação da Rússia e da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), também foi confirmada pelo secretário de imprensa da chancelaria bielorrussa, Dmitri Mirónchik.

Uma fonte próxima às autoridades ucranianas afirmou à agência russa Interfax que os rebeldes não cumpriram o compromisso de trocar prisioneiros, firmado há dois dias na capital bielorrussa.

No entanto, Deinego garantiu que o prazo para a troca de prisioneiros se estende até a próxima terça-feira, 30 de dezembro.

O negociador-chefe dos rebeldes de Donetsk, Denis Pushilin, garantiu que os rebeldes haviam “completado todos os procedimentos junto à OSCE” antes do compromisso de Minsk, mas “foram ignorados por Kiev”.

Apesar do acordo para a troca de prisioneiros, as partes não chegaram a acordos sobre o resto da agenda anunciada pela OSCE antes da reunião, entre eles a retirada de armamento pesado das linhas de encontro entre os dois grupos e a abertura de corredores para comboios humanitários.

Embora a retirada de armamento e a criação de uma zona de segurança de 30 quilômetros tenham sido parte do acordo fechado no encontro de Minsk em setembro, mais de três meses depois, essas medidas ainda não saíram do papel.


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