Forças Armadas terão 71 mil militares no combate ao Aedes aegypti no RJ

Força-tarefa pretende vistoriar todos os municípios do estado em 30 dias.

Na capital, Zona Oeste e bairros da Leopoldina são áreas mais críticas


Cristina Boeckel | G1 Rio

Por determinação do Ministério da Defesa, 71 mil militares atuarão no apoio a agentes de saúde e na conscientização da população no combate à proliferação do Aedes aegypti em 32 municípios do Rio de Janeiro e em 49 bairros da capital. 


Forças Armadas mobilizarão 71 mil homens no combate ao Aedes aegypti (Foto: Cristina Boeckel/G1)
Forças Armadas mobilizarão 71 mil homens no combate ao Aedes aegypti (Foto: Cristina Boeckel/G1)

O maior efetivo será da Marinha, que terá 31 mil homens nas ruas, junto com 30 mil homens do Exército e 10 mil da Aeronáutica. Em todo o Brasil, 220 mil militares atuarão no combate ao mosquito.

"A operação acontecerá em áreas pré-indicadas e mapeadas pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria Estadual de Saúde", disse nesta sexta-feira (12) o contra-almirante Bombada, subchefe de operações do Comando de Operações Navais.

Os militares atuarão desarmados e não entrarão em áreas de risco, que serão vistoriadas por agentes comunitários de saúde. Eles atuarão em parceria com 20 mil agentes de saúde em todo o estado.

A intenção é vistoriar os 92 municípios do estado em até 30 dias. Os agentes atuarão em dupla com os militares entre 9h e 17h. De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, os locais que receberão o maior número de visitas dos agentes e dos militares foram definidos por vários fatores.

"A definição do local foi definida não somente pelos dados epidemiológicos, mas também pela incidência dos casos de dengue, de zika e de chikungunya", afirmou Chieppe, acrescentando que a Zona Oeste do Rio e a região da Leopoldina, que registraram o maior número de casos, terão maior atenção das equipes.

No estado, Angra dos Reis, Campos, Macae, Duque de Caxias, Paracambi, São João de Meriti, Itaguaí, Niteroi, Rio das Ostras, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Saquarema e Itaperuna são algumas das cidades que mais preocupam.

O trabalho dos militares está dividido em quatro fases: a primeira ocorreu entre 29 de janeiro e quatro de fevereiro, onde eles atuaram para orientar o próprio pessoal para prevenir a proliferação da dengue dentro das organizações militares.

A segunda fase do processo de combate ao mosquito ocorrerá no sábado (13), quando os militares distribuirão panfletos com orientações a população e visitarão locais com possíveis focos do Aedes. "A busca pelos focos já começará na etapa de amanhã, com os militares acompanhados por agentes de saúde", afirmou o almirante Fernandes.

Sem invasões de imóveis


Fernandes fez questão de esclarecer que os imóveis fechados ou cujos moradores se recusarem a receber as equipes não serão invadidos. "Os logradouros abandonados não serão invadidos, mas essa informação será registrada para que sejam realizadas visitas futuras", afirmou o almirante.

O subsecretário Alexandre Chieppe afirmou que o percentual de recusa costuma ser baixo e que o maior problema dos agentes são os imóveis fechados em cidades de veraneio. Porém, ele ressaltou que uma lei estadual permite que, após a primeira recusa e, em caso de endemia, os agentes de saúde podem retornar na companhia de um chaveiro e da polícia para entrar no imóvel.

A terceira e a quarta etapas do trabalho vão ocorrer entre os dias 15 e 18 de fevereiro, quando os militares se envolverão diretamente no combate ao mosquito, em ação conjunta com a Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil. Os militares farão visitas a domicílios, em companhia de agentes de saúde, que aplicarão larvicida quando necessário.

Os militares irão a escolas para orientar estudantes sobre os riscos da proliferação do Aedes aegypti. Inicialmente, 646 escolas públicas receberão as visitas das Forças Armadas. Escolas privadas também serão visitadas, mas o número ainda não foi divulgado.

"A gente está investindo na educação dos estudantes para que eles se tornem multiplicadores e conscientizam os pais e a sua comunidade", disse Carla Bertania, superintendente pedagógica da secretaria estadual de Educação.



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