Comboio de ajuda humanitária é atacado em Aleppo, na Síria

Caminhões se dirigiam à zona rural da província, dominada por rebeldes.
Prazo de 7 dias do cessar-fogo acordado por EUA e Rússia acabou nesta 2ª


Do G1, em São Paulo

Membros da organização Crescente Vermelho na Síria afirmaram que caminhões do grupo carregados com ajuda humanitária e que se dirigiam a uma região dominada por rebeldes em Aleppo foram atingidos por um ataque aéreo.


Membros da Defesa Civil resgatam crianças após ataque aéreo na cidade síria de Aleppo (Foto: Sultan Kitaz/Reuters)
Membros da Defesa Civil resgatam crianças após ataque aéreo na cidade síria de Aleppo (Foto: Sultan Kitaz/Reuters)

Os bombardeios na cidade recomeçaram na segunda (19) após o fim de uma trégua de sete dias negociada por Rússia e Estados Unidos.

A ONU confirmou que 18 dos 31 caminhões do comboio foram vítimas de um ataque, mas diz não poder confirmar se foi um ataque aéreo. Um funcionário havia dito à agência AP, ainda antes do ataque, que não haveria membros da organização em um comboio previsto para esta segunda. Não está claro, porém, se ele se referia ao mesmo comboio que foi atacado.

O comboio de ajuda humanitária era parte de um envio de rotina, saindo da área controlada pelo governo em Aleppo e se dirigindo a partes rurais da província, sob domínio de rebeldes. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que o comboio levava assistência para 78 mil pessoas. O governo sírio não fez comentários.

O voluntário da Defesa Civil Ibrahim Alhaj disse que equipes de resgate continuam atuando no local do ataque. Um voluntário do Crescente Vermelho disse que o comboio de ajuda com participação da ONU foi atingido em Uram al-Kubra. Ele falou sob anonimato porque não estava autorizado a divulgar detalhes para a imprensa.

O ataque foi confirmado também pela organização Observatório Sírio para Direitos Humanos, com sede no Reino Unido. A organização afirma que 12 pessoas teriam morrido em decorrência da ação.

Trégua

 
Maior cidade do norte da Síria, Aleppo voltou a ser alvo de bombardeios, pouco depois de o exército do país declarar o fim da trégua, nesta segunda-feira (19), segundo organizações locais. O OSDH afirma que 32 pessoas morreram -- incluindo 12 no comboio.

O Comando Supremo das Forças Armadas sírias declarou o fim da trégua de uma semana no país, cujo prazo expirou à meia-noite, depois das violações que constatou e pelas quais culpou "organizações terroristas armadas".

Na nota, o Exército sírio explicou que tomou a decisão de pôr fim à trégua após as mais de 300 violações do cessar-fogo por parte de "organizações terroristas armadas". Além disso, expressou sua "intenção e determinação de continuar com sua missão nacional de lutar contra o terrorismo para estabelecer a segurança e a estabilidade".

As Forças Armadas da Síria asseguraram ter respeitado o cessar-fogo, batizado de "regime de calma", por considerá-lo como uma oportunidade real de deter o derramamento de sangue. No entanto acusaram os "grupos terroristas armados" de descumprir as cláusulas do acordo de trégua firmado com apoio de Estados Unidos e Rússia.

"As organizações terroristas armadas se aproveitaram, mobilizaram seus terroristas e armas, além de terem se reagrupado para retomar seus ataques contra zonas residenciais, posições militares e preparar operações terroristas amplas, especialmente em Aleppo, Hamas e Al Quneitra", diz o texto.

O Exército da Síria afirmou que realizou "grandes esforços" para aplicar a trégua e que exerceu "maior grau de contenção" frente às violações, embora reconheceu que em alguns casos foi obrigado a respondê-las para silenciá-las.

A trégua, iniciada no último dia 12 de setembro, expirou à meia-noite. Até agora, nenhuma das partes envolvidas no conflito tinha esclarecido se ela seria prolongada ou finalizada.

O porta-voz da opositora Comissão Suprema para as Negociações (CNS), Riad Agha, afirmou nesta segunda-feira à Agência Efe que correspondia à Rússia e aos EUA, que elaboraram o acordo, anunciar a sequência ou não do pacto.


 

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