A Coreia do Norte começou o mês de outubro informando que mais de 1,22 milhão de mulheres do país se declararam voluntárias para entrar para o Exército e lutar contra os Estados Unidos, às vésperas de novos testes que devem acontecer nas próximas semanas.
Sputnik
"Todas as mulheres da RPDC [Coreia do Norte] estão cheias de determinação para se tornar uma única força para salvaguardar o país", divulgou a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA), monitorada em Seul, segundo a agência sul-coreana Yonhap.
Militares do Exército Popular da Coreia © Sputnik/ Ilia Pitalev |
"Mais de 1,22 milhão de mulheres pediu permissão para se juntar ao Exército do povo coreano com vontade de acabar com os imperialistas dos EUA, aqueles desejosos em ‘destruir totalmente a RPDC’, e o número de voluntários cresce diariamente", acrescentou.
À KCNA, as voluntárias disseram que o ressentimento contra os EUA e a vontade de derrotar Washington são os principais motivos para se voluntariar a lutar pelo país asiático. Pyongyang também informou que o número total de civis que se voluntariaram, somando-se homens e mulheres, ultrapassou os 4,7 milhões de norte-coreanos.
A retórica da Coreia do Norte vai ao encontro da promessa do líder do país, Kim Jong-un, de apresentar uma resposta contundente contra as mais recentes ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, contra o país. E ela aparece às vésperas de novos testes que Pyongyang deve conduzir neste mês.
Segundo a inteligência sul-coreana, é possível que a Coreia do Norte conduza novos testes balísticos ou nucleares em pelo menos duas datas: no dia 10 de outubro, quando se celebra o 72º aniversário da fundação do Partido dos Trabalhadores do país; e no dia 18, quando acontece a abertura do 19º Congresso do Partido Comunista da China.
Em 2006, o primeiro teste nuclear da história norte-coreana foi realizado um dia antes do aniversário do partido que comanda o país há décadas.
"Se a provocação do Norte for cronometrada com o congresso do partido da China, isso poderia pretender pressionar os EUA e a China", disse Kim Yong-hyun, professor da Universidade de Dongguk.
A Coreia do Norte também está preparada para celebrar o 20º aniversário do ex-líder Kim Jong-il – pai de Kim Jong-un – sendo eleito o secretário geral do Partido dos Trabalhadores em 8 de outubro.