Forças de segurança fazem operação em São Gonçalo, RJ, que conta com cerco terrestre e marítimo

Cerca de 3,5 mil homens das forças armadas fazem cerco na região do Complexo do Salgueiro e na comunidade Anaia. Dois policiais rodoviários federais foram baleados na ação.


Por G1 Rio

Tropas federais em conjunto com as polícias Federal, Rodoviária Federal, Civil e Militar fazem uma operação, na manhã desta terça-feira (7), no Complexo do Salgueiro e na comunidade Anaia, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, para prender criminosos e localizar esconderijos de armas e drogas. Durante a ação, dois policiais rodoviários federais foram baleados.

Tanque das Forças Armadas na região do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. (Foto: Reprodução/ TV Globo)
Tanque das Forças Armadas na região do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Até 12h, cinco homens foram presos e um menor apreendido. Segundo informações oficiais das forças de segurança, policiais militares fizeram as primeiras prisões na Comunidade Anaia, onde o traficante Jhonyel Gonçalves Dias e um menor foram flagrados com drogas e dois radiotransmissores.

A PM prendeu ainda David Maia Nolasco, acusado de dois latrocínios. Já policiais civis prenderam Maykon do Nascimento e Luis Claudio Rafael Baptista, no bairro Itaúna, que integra o Complexo do Salgueiro. Os dois tinham mandados de prisão em aberto, sendo que Luis Claudio já havia sido preso, fugiu e estava foragido por roubo. Já no bairro Boaçu, os policiais civis prenderam em flagrante Anderson da Silva Siqueira por porte de munição.

A polícia recuperou seis carros e duas motos. Uma retroescavadeira está sendo usada para desobstruir vias de acesso ao Complexo do Salgueiro.

Em meio à operação, houve informação de roubo a motoristas próximo ao pedágio da rodovia Niterói-Manilha (BR 101). Policiais rodoviários federais foram para o local e houve troca de tiros. Dois policiais ficaram feridos sem gravidade e foram socorridos.

Segundo o Comando Militar do Leste (CML), desta vez a operação das tropas federais conta com um cerco marítimo e embarcações da Marinha estão de prontidão para evitar fugas por barcos pesqueiros.

Cerca de 3,5 mil homens da forças armadas atuam no cerco à região, segundo o porta-voz do CML. Ainda não há informações sobre prisões ou apreensões. “O diferente dessa operação em relação as outras é que neste cerco que estamos realizando há também um setor marítimo. Então, também temos embarcações da Marinha do Brasil, que estão participando dessa desse cerco na região de São Gonçalo”, afirmou o porta-voz do CML, coronel Roberto Itamar.

No início da manhã, diversos veículos militares foram vistos se deslocando pela Avenida Brasil. Moradores do Jardim Catarina afirmam ter visto uma grande movimentação das tropas na região e escutado disparos. As polícias Civil e Militar atuam no interior das comunidades tentando cumprir os mandados de prisão.

As Forças Armadas estão responsáveis pelo cerco nas comunidades e baseadas em pontos estratégicos. Algumas ruas estão interditadas e o espaço aéreo está controlado. Não há interferência nas operações dos aeroportos.

Na saída da rodovia Niterói-Manilha (BR-101), em direção ao Complexo do Salgueiro, agentes revistam moradores e motoristas. Entre os criminosos que os agentes da ação integrada buscam estão o traficantes conhecidos como: Faustão; Schumaker; Nando; 2N; Ricardinho; Rosão; Mariola; Playboy; Biscolé; Turista; Dadá e Helton.

Durante o deslocamento em direção ao Complexo do Salgueiro, um batedor da Marinha levou uma fechada de um carro da Polícia Civil que estava no comboio das forças de segurança e caiu na Ponte Rio-Niterói, sentido Niterói, na altura da praça do pedágio. O militar foi atendido pela equipe da concessionária Ecoponte e conseguiu seguir viagem. A Ponte chegou a ser fechada em direção a Niterói por pelo menos três vezes durante a passagem das tropas.

Operações em outras comunidades

As tropas federais já realizaram operações no Morro do Lins, no Complexo do Jacarezinho, na Favela da Rocinha, no Morro dos Macacos e no Complexo de São Carlos. No dia 27 do mês passado, uma ação com 1,7 mil homens fez uma varredura na região dos morros de São Carlos, Zinco, Querosene e Mineira, no Centro do Rio. Os militares chegaram na região por volta das 3h30 e foram recebidos a tiros por traficantes.

Os agentes procuravam por criminosos que há cerca de 50 dias invadiram a favela da Rocinha, em São Conrado, Zona Sul do Rio. Os policiais também procuram por esconderijos de armas e munição. Segundo a Polícia Civil, foram 12 presos em flagrante, quatro por cumprimento de mandados e quatro que já estavam presos e receberão nova imputação criminal.

No início do mês, as tropas federais fizeram uma grande operação no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte do Rio. Um dos principais objetivos dos agentes era a prisão de Leandro Nunes Botelho, o Scooby, considerado o chefe do tráfico de drogas na região.

Ele tem ligação direta nas disputas entre traficantes da Rocinha, que chegou a ser ocupada em setembro pelas Forças Armadas após várias trocas de tiros. A recompensa oferecida que leve à prisão pelo traficante Scooby é de R$ 30 mil e pelos outros criminosos é de R$ 1 mil.

No dia 22 de setembro, as tropas federais começaram a ocupar a Rocinha para conter uma guerra entre traficantes rivais na comunidade. Segundo uma testemunha-chave ouvida pela polícia, no mês de agosto, a Rocinha parecia tranquila. Mas durante o baile, um traficante conhecido como "Perninha", que era um dos homens de confiança de Nem, se desentendeu com Rogério 157.

Perninha discutiu com Rogério 157 e foi para casa. Três dias depois, “Perninha” foi até a casa de parentes de Nem e contou o motivo da briga. Segundo a testemunha, "Perninha" alegou que Nem teria mandado Rogério 157 entregar a favela da Rocinha a ele, em razão de cobranças financeiras contra moradores. Rogério vinha desagradando a Nem, que está preso em Rondônia, através de cobrança de taxas para o comércio e o controle da venda de gás, água mineral e carvão, entre outras práticas típicas de milicianos.

Em agosto, agentes das forças armadas e as polícias prenderam 16 suspeitos, inclusive um soldado do Exército, em uma operação no conjunto de favelas do Jacarezinho, na Zona Norte. Segundo a polícia, foram cumpridos 15 mandados de prisão e uma pessoa foi presa em flagrante. Durante a operação, foi preso o soldado recruta do Exército Matheus Ferreira Lopes Aguiar, de 19 anos, suspeito de vazar informações das operações para traficantes do Rio. A prisão foi feita por agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod).

Em agosto, as forças armadas realizaram a primeira ação conjunta no Rio depois que o presidente Michel Temer assinou o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autorizou a atuação das tropas no estado.

Durante a operação no Complexo do Lins, na Zona Norte, dois homens morreram e pelo menos 18 foram presos. A Operação Onerattinha como principal objetivo combater o roubo de cargas e o tráfico de drogas. Cerca de 5 mil homens tentaram cumprir 55 mandados: 40 de prisão e 15 de busca apreensão.

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