Quais fatores dificultam permanência dos Estados Unidos na Síria?

Cerca de mil militantes do Daesh continuam lutando no Iraque e na Síria, declarou um representante da coalizão liderada pelos EUA. Esta coalizão está lutando contra terroristas menos efetivamente do que a Rússia e seus aliados, o analista Nikita Mendkovich frisou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.


Sputnik

Coronel Ryan Dillon, representante da coalizão internacional declarou que cerca de mil militantes do Daesh continuam combatendo terroristas no Iraque e na Síria.


Um combatente norte-americano, que está lutando ao lado das Forças Democráticas da Síria, segura bandeira do seu país
Militar dos EUA junto a terroristas sírios das FDS © REUTERS/ Rodi Said

O militar notou que, anteriormente, conforme avaliações da coalizão, na Síria e no Iraque havia menos de 3.000 militantes do Daesh. "Mas segundo informação recebida hoje, no território do Iraque e na Síria, há por volta de mil militantes", o portal Military.com cita as palavras de Dillon.

Anteriormente, o representante oficial do presidente norte-americano Donald Trump para a luta antiterrorista, Brett H. McGurk, avaliou que havia 3.000 terroristas nestes países.

Em 11 de dezembro, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a retirada de grande parte do contingente russo da Síria após derrota do Daesh no país. Mais posteriormente, Donald Trump anunciou libertação completa do território, antes conquistado pelos terroristas na Síria e Iraque, prometendo deixar os soldados norte-americanos na região.

O chefe do Clube Analítico Euroasiático, Nikita Mendkovich, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, notou que no decorrer da luta contra o Daesh, a Rússia e seus aliados demonstraram mais efetividade, do que a coalizão ocidental.

"Em geral, a guerra no Iraque e na Síria contra o Daesh acabou. A maioria dos grandes povoados e pontos de comunicação importantes foi liberta dos militantes desta organização terrorista, fazendo com que maior parte do contingente da Força Aeroespacial da Rússia fosse retirada da Síria."

Segundo ele, o problema é a situação no Iraque, onde o exército nacional é bastante fraco, e a coalizão ocidental não cumpre plenamente objetivos de lutar contra o terrorismo. Enquanto as tropas sírias, com o apoio da Rússia, estavam libertando grandes territórios, a coalizão ocidental, tropas iraquianas e, parcialmente, seus aliados curdos, estavam avançando muito devagar.

De acordo com ele, Estados Unidos tentam se fortalecer militarmente na Síria, mas se o processo de paz continuar, suas tropas terão que deixar o território.

"Atualmente, segundo alguns dados, no território sírio há 15 estruturas militares dos EUA sem qualquer status oficial. Eles, ao que tudo indica, esperam se fixar por mais tempo na Síria e no Iraque, de onde há alguns anos a pedido do governo iraniano foram obrigados a sair. Atualmente, eles querem se beneficiar da situação em meio à luta antiterrorista e se estabelecer permanentemente na região para prevenir o reforço das posições do Irã, Turquia e Rússia", disse Mendkovich.

Mas há fatores que podem complicar os planos dos EUA. O primeiro é o desenrolo da situação militar, o segundo é o desenvolvimento da situação política.

Se o processo de paz na Síria for bem-sucedido, em particular na forma do Congresso do Diálogo Nacional sírio iniciado pela Rússia, os norte-americanos terão que deixar o território do país, porque a sua presença será infundada.


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