Tanque Argentino Mediano: Governo Macri investirá este ano quase US$ 9 milhões na modernização

A seção de notícias do portal oficial do governo argentino – www.argentina.gob.ar – confirmou, sexta-feira passada (01.03), o início dos trabalhos de modernização que, no Batalhão de Arsenais 602, da periferia de Buenos Aires, vão transformar os primeiros três carros de combate TAM (Tanque Argentino Mediano), de 31 toneladas e nível de modernidade do fim da década de 1970, no modelo TAM2C – um blindado no patamar de eficiência de um tanque médio dos dias atuais.


Por Roberto Lopes | Forças Terrestres

Curiosamente, a matéria intitulada Proyecto TAM2C – La modernización de nuestros “caballos de acero”(https://www.argentina.gob.ar/noticias/proyecto-tam2c-la-modernizacion-de-nuestros-caballos-de-acero), foi retirada do ar poucas horas depois de ter sido postada.

TAM - Tanque Argentino Mediano
TAM – Tanque Argentino Mediano

O twitter do Exército Argentino com um link para a reportagem também foi apagado, e a página da Força que tratava do assunto aparece agora como en mantenimiento.

Segundo o Forças Terrestres pôde apurar junto a uma fonte do Parlamento argentino, a publicação do texto pelo serviço de Imprensa da Casa Rosada (sede do Executivo Argentino) surpreendeu e desagradou a vários chefes do Exército local, que a consideraram demasiadamente indiscreta.

Isso apesar de os tanques de guerra não constituírem, nem de longe, prioridade para o ministro da Defesa argentino, Oscar Aguad, ou para o governo Macri como um todo.

Supérfluos 


Aguad considera os carros de combate absolutamente supérfluos em um país que, além de não estar sob ameaça dos vizinhos (o Chile é, hoje, um importante parceiro operacional das Forças Armadas Argentinas), não tem a menor estrutura física ou financeira para se engajar em um conflito – mesmo um de pequenas proporções.

Mesmo assim, a Administração Federal argentina investirá, só este ano, quase 9 milhões de dólares nessa revitalização.

O programa de recuperação dos Tanques Médios foi mantido, única e exclusivamente, por ter sido negociado no âmbito de um acordo binacional firmado, ainda em 2010 (época do 1º governo Cristina Kirchner), entre o Ministério da Defesa argentino e o Estado de Israel – um documento relativo a la cooperación industrial y tecnológica en defensa, conforme definiu a notícia da Presidencia de la Nación que foi deletada.

Este compromisso serviu de base ao posterior convênio técnico cujo objetivo é a transformação do TAM na versão TAM2C.

Mas o upgrade dos carros de combate argentinos desfruta de prioridade tão baixa no governo de Buenos Aires, que dos 200 Tanques Médios (aproximadamente) disponíveis nas unidades blindadas argentinas, somente 74 foram pré-selecionados para serem atualizados.

Sobrevivência 

Em termos objetivos, a remodelação tecnológica irá reconfigurar as viaturas para a versão obtida, cinco anos atrás, pelo protótipo que nasceu fruto da cooperação da Engenharia Militar argentina com o grupo IMI (Israel Military Industries).

O trabalho foi supervisionado pela Dirección General de Investigación y Desarrollo (DIGID) do Exército argentino, e cumpriu etapas.

Por exemplo: ele priorizou um sistema eletrônico de movimentação da torre, e um conjunto digital de controle e execução do tiro pelo armamento principal, um canhão de 105 mm.

O protótipo foi aprovado por meio de uma evaluación técnica operacional, que, segundo o comunicado oficial, exigiu pruebas estáticas, dinámicas, de tiro y de exigencias operacionales [que] demandaron hasta 24 horas sin detenciones.

O Tanque Argentino ganhará melhorias significativas em sua capacidade de sobrevivência (informação por sensores e blindagem) no campo de batalha, e na aptidão para combater dia e noite.

O nível de proteção dos tripulantes também será reforçado, bem como a qualificação do blindado para obter resultados mais satisfatórios tanto na precisão do tiro estático quanto na pontaria do disparo feito em movimento – o que deve ser conseguido por meio da digitalização dos sistemas de controle e de tiro, e da eliminação de procedimentos com os antiquados sistemas hidráulicos de movimentação da torre.

Assim, entre os sistemas que compõem o TAM2C estão:

  • Sistema eletrônico de movimento da torre;
  • Sistema digital de controle e execução do tiro;
  • Sistemas de visão térmica individuais para o jefe de tanque, o artilheiro e o motorista;
  • Sistema de alerta de ameaça laser;
  • Capacidade de acompanhamentoautomático dos alvos;
  • Sistema interno de supressão de incêndios;
  • Unidade de potência auxiliar; e
  • Sistema dedicado de comunicações.

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