Alemanha traz mudanças ao Conselho de Segurança da ONU

Berlim assume presidência rotativa do órgão máximo das Nações Unidas, introduzindo inovações. Além de relógio de areia, pela primeira vez, desde ataque a Che Guevara em 1964, câmara do Conselho abre as cortinas.


Deutsch Welle


A Alemanha, membro temporário do Conselho de Segurança da ONU, assumiu a presidência do mês de abril como parte de uma "chefia dupla" com a França, um dos cinco membros permanentes do comitê de 15 membros. A presidência se alterna em base mensal.

USA, New York: Sanduhr regelt Redezeit (picture-alliance/dpa/L. Muzi)

Em sua primeira sessão à frente do Conselho, na última quinta-feira (04/04), o embaixador alemão na ONU, Cristoph Heusgen, trouxe um relógio de areia e o colocou sobre a mesa. "A ampulheta marca 5 minutos e 30 segundos e tem o propósito de ajudar o palestrante a ficar de olho no seu tempo de fala", comentou a delegação da Alemanha nas Nações Unidas.

Na verdade, os discursos nas sessões não devem exceder cinco minutos, mas isso é constantemente ultrapassado, o que prejudica os debates.

Não é a primeira vez que Heusgen intervém para animar as reuniões do Conselho. Recentemente, ele pediu que os membros se afastassem da prática comum de ler discursos preparados e falassem livremente. O objetivo é tornar as discussões menos cansativas e mais envolventes.

Os colegas do conselho aprovaram a inovação de Heusgen. "A eficiência alemã está ajudando os palestrantes a chegar ao ponto", disse um tuíte da delegação do Reino Unido na ONU.

Heusgen também ordenou que as cortinas da câmara do Conselho fossem retiradas para exibir a vista do rio East em Nova York – um gesto que visa simbolicamente promover mais transparência para o grêmio.

"Transparência e maior abertura entre os membros da ONU e na sociedade civil são cruciais não apenas simbolicamente, mas também na prática de credibilidade e legitimidade", escreveu a missão alemã na ONU em perfil de rede social.

Segundo o jornal britânico The Guardian, essa foi a primeira vez que as cortinas da famosa câmara foram abertas desde o ataque com bazuca a Che Guevara há mais de meio século.

"A missão alemã na ONU celebrou sua presidência de um mês com o passo simbólico de pedir que as cortinas pesadas cobrindo as janelas de dois andares fossem deixadas de lado para permitir que a luz do sol de primavera em Nova York inundasse a sala do conselho sobre sua famosa mesa em forma de ferradura", escreveu o The Guardian.

Segundo o jornal, a abertura das cortinas também fez recordar um episódio dramático na história das Nações Unidas, quando um tiro de bazuca foi lançado contra o prédio da ONU onde discursava Che Guevara, em dezembro de 1964.

O projétil errou o alvo por cerca de 180 metros e acabou caindo no rio, fazendo apenas vibrar as janelas do edifício. A bazuca foi encontrada entre os arbustos da margem mais distante do rio, com um mecanismo de disparo automático acoplado a um temporizador.

Desde então, o fechamento das cortinas do Conselho de Segurança tinha a intenção de proteger os diplomatas dos estilhaços de vidro no caso de outro ataque. E a decisão alemã de abri-los foi possível em parte por uma reforma de 2013 da câmara, na qual foi instalado um vidro reforçado que impede a queda bruta de estilhaços.

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