Conflito em Gaza: 5 perguntas para entender a nova escalada de violência

Israel e militantes da Faixa de Gaza intensificaram ataques uns contra os outros, fazendo do fim de semana de 4 e 5 de maio um dos momentos mais violentos do conflito entre israelenses e palestinos dos últimos anos.


BBC News Brasil

Segundo o Exército israelense, militantes palestinos dispararam 600 foguetes em direção ao território israelense neste fim de semana. Muitos deles foram interceptados por Israel. Outros, porém, atingiram construções, matando três israelenses.

Foguetes sendo disparados a partir de Gaza em direção a Israel em 5 de maio
Foguetes sendo disparados a partir de Gaza em direção a Israel em 5 de maio | Reuters

Já do lado palestino, Israel diz ter atingido 260 alvos na Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, pelo menos 15 pessoas foram mortas nesses ataques.

No domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que ordenou aos militares israelenses que continuem "seus ataques massivos a elementos terroristas na Faixa de Gaza".

Netanyahu acrescentou ainda que forças israelenses localizadas ao redor de Gaza seriam reforçadas "com tanques, artilharia e forças de infantaria".

O recrudescimento do conflito ocorre apesar de um acordo de trégua negociado em abril deste ano. Nações Unidas e Egito vinham tentando negociar um cessar-fogo duradouro.

1 - Como começou essa nova escalada de violência?

O início da nova escalada de violência ocorreu na última sexta-feira, 3 de maio, durante protestos em Gaza contra o bloqueio da região - medida tomada por Israel com a justificativa de barrar a entrada de armas para militantes palestinos.

Na ocasião, um atirador palestino disparou e feriu dois soldados israelenses na fronteira entre Israel e Gaza. Israel, então, retaliou com ataques aéreos que mataram dois militantes palestinos.

A seguir, no sábado de manhã, o sistema israelense de bloqueio aéreo começou a abater dezenas de foguetes disparados a partir de Gaza. Mesmo assim, construções em Israel foram atingidas.

Ainda no sábado, Israel passou a disparar contra Gaza. O governo israelense diz que seus alvos foram locais usados pelos grupos militantes Hamas e Jihad Islâmica.

Uma das construções atingidas, diz Israel, foi um prédio em Gaza onde estariam escritórios de inteligência do Hamas. Porém, a agência de notícias estatal da Turquia, chamada Anadolu, informou que tinha um base no local. O ministro do exterior turco, Mevlut Cavusoglu, chamou os ataques israelenses contra civis de "um crime contra a humanidade".

O conflito continua neste domingo, 5 de maio.

2 - O que se sabe sobre as vítimas do conflito?


O hospital Barzilai, em Israel, disse que atendeu mais de 100 civis nas últimas 24 horas. Três deles morreram e outros três estão gravemente feridos, incluindo uma senhora idosa.

Já o Ministério da Saúde de Gaza afirmou que 15 palestinos foram mortos nos ataques israelenses, entre eles uma mulher grávida e uma criança.

O número de 15 vítimas foi contestado por Israel, que alega que uma mulher e sua sobrinha de 14 meses, mortos no sábado, teriam sido atingidos por um foguete palestino que errou o alvo.

Neste domingo, militares israelenses também afirmaram que um de seus ataques aéreos culminou com a morte de um comandante do Hamas, chamado Hamed Hamdan al-Khodari.

3 - Qual a dimensão dos ataques?

Este é um dos mais graves surtos de violência na região desde o conflito entre Israel e Palestina ocorrido entre julho e agosto de 2014.

Naquela ocasião, Israel lançou uma ofensiva por terra contra Gaza, após o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses.

O conflito de 2014, que durou uma semana, deixou 2.251 pessoas mortas no lado palestino, incluindo 1.462 civis, de acordo com as Nações Unidas.

Já do lado israelense, 67 soldados foram mortos. Além disso, o Hamas e seus aliados dispararam mais de 4.500 foguetes contra Israel, provocando a morte de seis civis.

Desde então, militantes palestinos continuaram a promover ataques esporádicos contra Israel.

Em março deste ano, diversos foguetes foram disparados em direção ao sul de Israel. Em resposta, a força aérea israelense atacou Gaza. Não houve mortes em nenhum dos lados.

Já em abril deste ano, um cessar-fogo foi negociado pelo Egito. Mas o Hamas e grupos militantes aliados acusaram Israel de ter violado os termos do acordo.

4 - Qual foi a reação internacional até agora?

Nickolay Mladenov, coordenador especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Oriente Médio, condenou a nova onda de violência e disse que a ONU está trabalhando dos dois lados do conflito para acalmar as hostilidades.

Em entrevista à rede Fox News no domingo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, disse que as forças israelenses têm "todo o direito de se defenderem" dos ataques de foguete. "Eu espero que nós possamos voltar ao cessar-fogo", acrescentou.

A União Europeia, por sua vez, pediu que os ataques de foguete sejam "interrompidos imediatamente".

No Oriente Médio, o ministro do exterior do Irã condenou o que chamou de ataques "selvagens" de Israel a Gaza, e criticou o "apoio americano ilimitado" a Israel.

Do lado da sociedade civil, a organização Save the Children relatou que teve que interromper todos os seus programas na Faixa de Gaza, mantendo apenas as operações que fossem essenciais. Jeremy Stoner, diretor da ONG no Oriente Médio, disse que o grupo estava "profundamente alarmado" pelo rápido aumento de vítimas dos dois lados.

5 - Autoridades brasileiras também se manifestaram?

Na noite de sábado, 4 de maio, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro compartilhou na sua conta no Twitter uma mensagem sobre os novos confrontos.

"No dia de hoje mais de 150 foguetes, partindo da faixa de Gaza, foram lançados contra Israel, atingindo civis judeus", disse. O texto estava acompanhado de um vídeo de 38 segundos, gravado de dentro de um carro, mostrando uma grande nuvem de fumaça cinza alguns metros à frente. É possível ouvir o som uma criança gritando e chorando no carro.

Na manhã deste domingo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, compartilhou a mensagem do pai com o comentário: "Os danos só não foram maiores porque Israel desenvolve tecnologia para se defender. Mas a melhor defesa é destruir o Hamas e quem mais esteja lançando foguetes terroristas sobre Israel".

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