‘SWORD 15’, a isca que Nicolás Maduro acabou de engolir (VIDEOS)

Às 9h52min (horário legal da Venezuela, 8h52min no horário de Brasília) do dia 19 de julho deste mês, o sistema de controle de tráfego aéreo da Venezuela detectou a presença de uma aeronave se deslocando através da “Região de Informação de Voo Curaçao”, uma das três regiões em que se dividem o espaço aéreo ao norte da Venezuela.


Por Sérgio Santana*| Poder Aéreo

Uma Região de Informação de Voo, internacionalmente conhecida também como “Flight Information Region”, ou FIR, é uma porção do espaço aéreo em que o controle de tráfego aéreo de um país presta serviço de orientação às aeronaves se deslocando naquele local.


EP-3E Aries II

“SWORD 15”. Essa foi a resposta às repetidas solicitações enviadas pelo controle venezuelano ao contato desconhecido para que se identificasse, o que causou a decolagem, às 10h25min locais, de duas aeronaves a partir da Base Aérea “Teniente Luis Valle Garcia”, localizada na cidade de Barcelona, Estado de Anzoatégui, enquanto que 19 minutos depois o “SWORD 15” ingressou na FIR Maiquetia.

Esta base aérea é a sede do Grupo Aéreo de Caça 13 Libertador Simón Bolívar, “Leones”, equipado com Sukhoi Su-30MK2V “Flanker-G” distribuídos nos Esquadrões 131 “Cayaurima”, 132 “Pumas/Yavire” e 133 “Urimare”.

Às 11h33min locais o elemento de interceptadores alcançou a área em que estava o “SWORD 15”, que foi visualmente identificado como o Lockheed EP-3E Aries II, ‘Bureau Number’ 160764, orgânico do Esquadrão de Reconhecimento Aéreo da Frota VQ-1 “World Watchers” (facilmente reconhecível pela sua insígnia de morcego) operado pela Marinha dos Estados Unidos e estacionado na Base Aeronaval de Whidbey Island, no Estado de Washington.

A fase seguinte da interceptação do “Aries II” ocorreu às 11h43min, quando os caças venezuelanos escoltaram a aeronave norte-americana para fora dos limites da FIR Maiquetia, após o que aterrissaram na Base Aérea “Capitán Manuel Rios”, na localidade de El Sombrero, Estado de Guárico, outra base aérea de Flankers.

Sobre o EP-3E Aries II

O “Aries II” é uma versão da aeronave de patrulha naval e anti-submarino Lockheed P-3 Orion projetada para executar missões de Inteligência de Sinais (Signals Intelligence, SIGINT), que se dividem em Inteligência Eletrônica (Electronic Intelligence, ELINT) e Inteligência de Comunicações (Communications Intelligence, COMINT).


Para as missões de ELINT, o EP-3E está equipado com os dispositivos AN/ULQ-16 e AN/ALQ-108. O primeiro é um processador de pulso computadorizado usado para fazer medições de tempo detalhadas de sinais de radar, enquanto o AN/ALQ-108 é um sistema de interrogação do IFF inimigo usado para explorar ativa e passivamente os sinais IFF e de extensão de alcance de origem russa.

Já para as tarefas de COMINT, a aeronave possui uma suíte de equipamentos mais abrangente: um ou mais processadores LUNCHBOX PROFORMA instalados em computadores portáteis SCARAB; um ou mais laptops carregados com o software MARTES, e, finalmente, a antena ALD-9, que processa vários sinais captados por receptores nas faixas de frequência HF, VHF e UHF, espalhados pela superfície da aeronave.

Os sinais emitidos pelo sistema PROFORMA são comunicações de dados de comando e controle digitais que transmitem informações e instruções para e de sistemas de radar, sistemas de armas (por exemplo, mísseis terra-ar, artilharia antiaérea, aeronaves de combate) e centros de controle.

A exploração dessas informações fornece aos às forças armadas norte-americanas e a prováveis aliados dados quase instantâneos de consciência situacional sobre os sistemas de radar de um país alvo, no caso a Venezuela. Essa informação complementa os sistemas de sensores dos EUA, enquanto fornece informações sobre o processo de decisão.

Por sua vez o dispositivo MARTES é um conjunto de ferramentas de software para coletar, analisar e processar sinais. Uma nova versão do MARTES é lançada aproximadamente a cada seis meses e é geralmente dividida em ferramentas COMINT, ELINT e FISINT (Foreign Instrumentation Signals Intelligence, a Inteligência de Sinais de Instrumentação Estrangeiros, como telemetria e interrogadores eletrônicos).

No que concerne à rede de comunicações em HF, VHF e UHF, o EP-3E possui dois rádios AN/ ARC-94 para comunicação de longo alcance. Um (HF-1) é configurado para comunicações de modem seguro e é criptografado usando um dispositivo de criptografia KG-84C. O outro (HF-2) é configurado para comunicações de voz e pode ser criptografado usando um dispositivo de criptografia KYV-5; três rádios AN/ARC-206 para comunicações de linha de visada em UHF e configurados para comunicações de voz.

Ambos podem ser criptografados usando dispositivos de criptografia KY-58. Um terceiro rádio AN/ARC-206 é configurado para operações de link de dados na linha de visada; dois rádios AN/ARC-182 para comunicações de linha de visada em VHF/UHF. Ambos são controlados a partir do cockpit e estão configurados para comunicações de voz e podem ser criptografados usando dispositivos de criptografia KY-58. As unidades de controle para esses rádios têm um ajuste de chave permitindo uma mudança imediata na frequência de emergência (243,0 MHz ou 121,5 MHz) associada à banda de frequência em uso. Uma configuração de chave separada sobrepõe a banda de frequência selecionada e sintoniza diretamente para 243,0 MHz.

Outros dispositivos incluem um rádio satélite LST-5 para comunicações de voz seguras por satélite UHF. O rádio só pode ser controlado localmente em sua localização em uma baía de aviônica dentro da cabine da aeronave. Ele é criptografado usando um dispositivo de criptografia KY-58; o Grupo de Comunicações Digitais OL-390 e seu rádio UHF associado são usados ​​para comunicações seguras de modem via satélite. O rádio é controlado pelo operador de comunicações seguras e é criptografado usando um dispositivo de criptografia KG-84A. Este rádio compartilha distribuição e equipamento de antena com o LST-5.

As comunicações através destes rádios são disseminadas por várias redes: o Sistema Global de Alta Freqüência, que é uma rede mundial de estações de HF de alta potência que fornece comunicações de rádio de comando e controle HF aéreo/terrestre entre agências terrestres e aeronaves militares norte-americanas. Esta rede suporta aeronaves como o EP-3E com informações tais como relatórios de posição; a Rede Tributária do Pacífico é uma rede de satélite de voz segura UHF que fornece suporte consultivo a missões de COMINT e alerta contra ameaças para as forças americanas e aliadas no teatro de operações.

Os participantes da rede incluem o Centro de Operações de Reconhecimento do Pacífico, que fornece coordenação e acompanhamento de voos para as aeronaves como o Aries II; a rede SENSOR PACER, que é uma rede segura digital satelital UHF de baixa taxa de transmissão de dados, que fornece relatórios SIGINT sensíveis ao tempo, suporte consultivo COMINT, alerta de ameaças e suporte de tráfego administrativo para missões sensíveis em todo o mundo; e, por fim, a rede SIERRA ONE, que é uma rede de satélite de voz segura UHF utilizada pelos P-3 e EP-3E das 5ª e 7ª Frotas para relatórios e coordenação tática. Os participantes desta rede incluem todos os Centros de Apoio Tático no Pacífico e alguns no Japão.

Uma medida das capacidades operacionais do Aries II foi descoberta quando uma destas aeronaves se chocou com um caça interceptador chinês em 1º de abril de 2001. Embora a sua tripulação e boa parte do equipamento tenham sido recuperados algum tempo depois, foi constatado que a aeronave estava equipada para, literalmente, ouvir as comunicações nas bases militares chinesas e de outros países da região, bem como para elaborar uma ordem de batalha eletrônica e mesmo dos equipamentos de defesa operacionais.

O EP-3E é tripulado por até 24 ocupantes, dos quais 19 são especialistas e possui alcance superior a 5.000km e autonomia de 12 horas.




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