OTAN explica o que a levou a se expandir após Guerra Fria

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, em conversa com estudantes neozelandeses, explicou por que a Aliança Atlântica precisou ir além da sua área de responsabilidade tradicional depois do colapso da URSS e fim da Guerra Fria.


Sputnik

Com o fim da Guerra Fria, era necessário que o bloco continuasse a existir apesar da dissolução do Pacto de Varsóvia, afirmou Stoltenberg em discurso que foi gravado pela assessoria de imprensa da aliança.


Soldados dos países membros da OTAN em cerimônia de abertura dos exercícios militares
© AP Photo

"Deve-se entender que, em 40 anos, a OTAN não agiu fora do seu território. Nestes anos, só fizemos uma coisa: contivemos a URSS. Isso é tudo. E fizemos isso com muito sucesso, porque a Guerra Fria terminou sem um único tiro, e a paz foi preservada", explicou.

Segundo Stoltenberg, quando o Muro de Berlim caiu e quando terminou a Guerra Fria, as pessoas começaram a se perguntar se a aliança ainda era necessária, "porque o Pacto de Varsóvia, que era o oposto da OTAN, tinha deixado de existir, e a URSS foi dissolvida".

"E tinha a questão se a OTAN também deveria deixar de existir. A OTAN tinha de sair do negócio ou ir além do seu território na Europa e na América do Norte. E decidimos fazer a segunda opção, ir além da zona, parar as guerras étnicas nos Bálcãs, ajudar a combater a pirataria na África, combater o terrorismo no Afeganistão e assim por diante", afirmou o secretário-geral.

Estes são exemplos das ações da OTAN fora do território, acrescentou Stoltenberg, mas a aliança não tem qualquer papel a desempenhar na resolução de todos os conflitos. "Não pedimos à OTAN que se envolva em todos os conflitos mundiais. A principal tarefa da aliança é proteger contra ataques", reforçou.

Pacto de Varsóvia

O Pacto de Varsóvia de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua entre a Albânia, Bulgária, Hungria, República Democrática Alemã, Polônia, Romênia, União Soviética e Checoslováquia foi assinado em 1955.

Representantes de oito países explicaram que o pacto era necessário para dar contrarresposta à criação da OTAN e inclusão da Alemanha Ocidental no bloco.

Em fevereiro de 1991, foi tomada a decisão de abolir as estruturas militares do Pacto de Varsóvia e, em julho, em Praga, foi assinado um protocolo de cessação total do mesmo.


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