As 3 principais vitórias dos ‘Mortes Negras’

Apelidados assim pelos alemães, fuzileiros navais soviéticos eram considerados os mais resistentes pelas tropas do país.

Boris Egorov | Russia Beyond

1. Operação Kerch-Eltigen (de 31 de outubro a 11 de dezembro de 1943)

Em outubro de 1943, iniciou-se uma das maiores operações com fuzileiros navais na Segunda Guerra Mundial: foi quando as tropas soviéticas iniciaram a liberação da Crimeia, desembarcando de dois enormes navios na parte oriental da península. Os dois grupos deviam ir um em direção ao outro, capturar a cidade de Eltigen e criar uma base militar para futuras ofensivas na península.

Maks Alpert/Sputnik

Segundo historiadores, cerca de 150 mil soldados soviéticos lutaram contra 80 mil alemães, reforçados por cavaleiros romenos, durante a operação.

Os fuzileiros da Frota do Mar Negro, seguidos pelas divisões de infantaria da frente do Cáucaso do Norte, tornaram-se os líderes dos soldados soviéticos. Em condições climáticas adversas, sob fogo inimigo eles superaram barreiras de arame na água e no litoral e abriram caminho desminando os campos. Um grupo de fuzileiros do 386º Batalhão capturou um fosso anti-tanque e repeliu 19 ataques de tanques alemães em quatro horas.

Ministério da Defesa da Rússia

A batalha durou mais de um mês. O segundo grupo de fuzileiros navais conseguiu tomar controle sobre o território no norte de Eltigen e construir uma base, repelindo todos os ataques dos alemães. No início de 1944, as tropas soviéticas na Crimeia começaram uma ofensiva e derrotaram de todas as tropas alemãs e romenas na península.

2. Operação de Monzund (de 27 de setembro a 24 de novembro de 1944)

No final de setembro de 1944, toda a Estônia continental foi liberada pelo Exército Vermelho, mas as ilhas Moonzund ainda estavam ocupadas pelos alemães. Os nazistas concentraram mais de 11 mil soldados nas ilhas da Estônia.

Evguêni Khaldei/МАММ/МDF/russiainphoto.ru

"Tentamos tomar controle sobre as ilhas Moonzund o mais rápido possível", escreveu o comandante da frota báltica, almirante Vladímir Tributs. "Com ajuda das fortificações de defesa antiaérea e construindo novas delas, o inimigo podia contar com a defesa de um pequeno número de guarnições por um longo tempo. Além disso, podia receber o apoio de forças terrestres e aéreas. Qualquer perda de tempo podia levar a enormes custos materiais e grandes perdas humanas", escreveu Tributs.

Em 27 de setembro, um batalhão do Corpo de Fuzileiros Navais conseguiu capturar a ilha Vorms (atual Vormsi) em cinco horas, e, em 30 de setembro, a ilha Moon (Muhu). Isso foi um choque para os alemães e os comandantes chegaram até a enviar investigadores da corte marcial para a maior ilha do arquipélago Saaremaa para identificar os culpados.

Após a bem-sucedida captura da ilha de Dago (Hiiumaa), em 2 de outubro, as forças do Corpo de Fuzileiros Navais começaram a liberar a ilha Esel, a última nas mãos do inimigo. O desembarque, que começou em 5 de outubro, foi tão bem-sucedido que, em 60 horas, a maior parte da ilha já estava sob o controle das tropas soviéticas.

Os alemães, no entanto, conseguiram ganhar uma boa posição na península de Syrve e criar uma profunda linha de defesa.

Somente em 18 de novembro, após cerca de 45 dias de batalhas, as tropas soviéticas começaram uma ofensiva e romperam as posições inimigas. Em 24 de novembro, Esel foi completamente liberada e a Marinha soviética do Báltico assumiu o controle total sobre o Golfo da Finlândia e o Golfo de Riga.

3. Operação Pétsamo-Kirkenes (de 7 de outubro a 29 de outubro de 1944)

Quando a Finlândia saiu da guerra, em 19 de setembro de 1944, a posição dos alemães na região polar soviética piorou significativamente. O inimigo precisava defender os territórios perto de Murmansk e Petsamo (hoje, Petchenga) com importantes fontes de níquel e cobre na região, entregues pelos finlandeses para a União Soviética sob a Trégua de Moscou.

Ministério da Defesa da Rússia

"[Os alemães] interceptaram todas as passagens de montanha e estradas, e construíram verdadeiras fortalezas nas montanhas", escreveu o comandante das tropas da frente da Carélia, marechal Kirill Meretskov.

Enquanto as principais forças avançavam sobre terra, os fuzileiros navais aterrissavam secretamente na retaguarda inimiga. Assim, em 12 de outubro, o destacamento de Ivan Bártchenko-Emelianov apreendeu duas baterias alemãs e garantiu o desembarque bem-sucedido das tropas soviéticas em Liinahamari, com perdas mínimas.

Em 22 de outubro, com ajuda dos fuzileiros navais, o Exército Vermelho cruzou a fronteira da Noruega. Em uma semana, o comando soviético parou a ofensiva e a libertação da parte norte do reino foi realizada por contingentes militares noruegueses já formados no exílio.

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