IAF: Futuro incerto de sua frota de caças Jaguar

O futuro dos seis esquadrões de caças Jaguar da Força Aérea Indiana está em jogo

Por Giordani | Cavok

A IAF (Indian Air Force – Força Aérea da Índia) considerou o Jaguar menos capaz desde que entrou em serviço no final dos anos 1970. Agora, o desgaste de seus motores Rolls-Royce Adour 804/811 reduziu o empuxo da aeronave ainda mais, em cerca de 15 a 20 por cento.


Como resultado, o Jaguar enfrenta dificuldade em cumprir seu exigente papel de combate: Voar baixo e rápido, profundamente em território inimigo; bombardeando seu alvo terrestre com precisão em uma única passagem e, em seguida, girando de volta à base, fugindo de possíveis interceptadores inimigos. Em tais missões, a potência do é essencial para a sobrevivência.

“Um novo motor Adour 811 fornece inicialmente cerca de 3.250 kg de empuxo. Mas depois de cerca de uma década de serviço, ele cai para apenas 2.600 kg”, disse um piloto da IAF com vasta experiência de voo no Jaguar.

Com o objetivo de substituir os motores de baixa potência do Jaguar, a Hindustan Aeronautics Ltd (HAL) e a IAF negociaram por uma década com a gigante da defesa dos Estados Unidos Honeywell para “ajustar” seus motores turbofan F-125IN capaz de 4.000 kg de empuxo no caça europeu. Com isso, esperava-se deixar o Jaguar operacionalmente viável por mais duas décadas.

No entanto, as negociações com a Honeywell foram inúteis. A empresa norte-americana pediu um preço que a IAF considerou exorbitante e não está disposta a pagar.

Fontes da IAF e da HAL dizem que a Honeywell pediu US$ 2,4 bilhões para 180 motores F-125IN novos, sendo 160 motores para 80 caças Jaguar e mais 20 sobressalentes. O custo de cada motor chega a US$ 13,3 milhões.

O custo de “remotorizar” cada Jaguar, que é um caça bimotor, tornou-se proibitivo.

Com as negociações com a Honeywell interrompidas, a HAL voltou a falar com a Rolls-Royce, que construiu os motores originais Adour Mark 804/811 do Jaguar. Em extensas discussões nos últimos quatro anos, a Rolls-Royce propôs reformar esses motores usados, substituindo os componentes desgastados.

Um técnico da Rolls-Royce disse que com a reforma esses motores podem gerar mais empuxo, de 13 a 18 por cento.

Se a proposta da Rolls-Royce não se concretizar, os 110 caças Jaguar da IAF começarão a ser aposentados em 2024, com o ultimo saindo de serviço até 2030. Isso interromperia seriamente o planejamento da força da IAF, criando uma lacuna de seis esquadrões na frota de combate, que custaria de US$ 20 a 30 bilhões para repor.

A eliminação do Jaguar também tornaria infrutífera as sofisticadas atualizações de aviônicos que a HAL realizou recentemente no caça-bombardeiro. O chamado DARIN-3 pode guiar o Jaguar com precisão a um alvo a centenas de quilômetros de distância, mesmo na noite mais escura.

Enquanto isso, há um ceticismo crescente, especialmente dentro da HAL, se o motor F-125IN Honeywell pode ser integrado ao Jaguar. “A fuselagem de uma aeronave é projetada para casar com um motor e a do Jaguar é combinada com o motor Adour. Pode-se continuar ajustando o motor para obter mais eficiência dele. Mas é difícil substituir o motor original por outro”, disse um engenheiro familiarizado com o projeto.

Em quatro anos de negociações entre a IAF e a Rolls-Royce, o custo de recondicionar os antigos motores Adour 804/811 ainda não foi discutido. No entanto, tanto a HAL quanto os oficiais da IAF concordam que “reformar” o antigo motor Adour será significativamente mais barato do que o novo da Honeywell.

FONTE: Ajai Shukla

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