Presença de tropas dos EUA em Taiwan irrita chineses

A crise entre os governos da China e de Taiwan voltou a se agravar nesta sexta-feira (8) após a revelação de que os Estados Unidos mantêm tropas militares no território autônomo.

ANSA

Segundo o "Wall Street Journal", Washington mantém uma unidade de forças especiais e duas da Marinha na ilha - e as três atuam no treinamento de militares locais de maneira secreta há cerca de um ano.

Chineses estão irritados com os EUA por supostas interferências em Taiwan | Foto: EPA / Ansa - Brasil

China e EUA têm acordos bilaterais desde a década de 1970 sobre o assunto, mas que não dizem claramente que os norte-americanos não podem ter unidades militares no território.

Porém, em um comunicado conjunto divulgado em 1972, Washington se comprometia "com o objetivo final de retirar todas as forças e as instalações norte-americanas em Taiwan conforme a tensão na área diminui". Oficialmente, as últimas tropas do país deixaram Taipé em 1979.

No entanto, desde que Donald Trump assumiu o poder, em política continuada por Joe Biden, os EUA vêm se aproximando cada vez mais do governo de Taiwan, em atitude que vem sendo considerada provocatória pela China.

Um dos porta-vozes do Ministério das Relações Exteriores de Pequim, Zhao Lijiang, afirmou que o governo "tomará todas as medidas necessárias para proteger a sua soberania e a integridade territorial".

Na coletiva diária com os jornalistas, Zhao destacou que Washington "deveria perceber a elevada sensibilidade da questão de Taiwan e respeitar o princípio da 'China Única'", interrompendo a venda de armas à ilha e os contatos militares de maneira a não danificar seriamente as relações bilaterais, a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan".

Para os chineses, o território é apenas uma área "rebelde", mas faz parte da China - assim como Hong Kong. Porém, a partir de 2016, os problemas vêm aumentando com a eleição do presidente Tsai Ing-wen, que vem promovendo uma maior aproximação com os EUA.

Após essa última polêmica, Tsai afirmou que não está "procurando um confronto militar", mas que quer "uma convivência pacífica, estabilidade, previsibilidade e uma relação reciprocamente vantajosa com os seus vizinhos".

Em resposta a Pequim, o presidente também disse que a ilha "fará de tudo para defender a sua liberdade e o seu estilo de vida democrático".

No início de outubro, Taiwan denunciou que a China fez mais de 100 incursões aéreas em seu território, em uma demonstração de força.

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