Rússia eleva para 90 mil o número de soldados na fronteira com a Ucrânia

A Rússia incrementou o número de militares próximo à fronteira com a Ucrânia após exercícios realizados na última terça-feira, 2. De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, cerca de 90.000 soldados russos estão alocados na região depois de uma série de treinamentos em grande escala.

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“Deve-se notar que a Federação Russa recorreu periodicamente à tática de transferir e acumular unidades militares para manter as tensões na região e a pressão política sobre os estados vizinhos”, disse o ministério.

Militante pró-Rússia sobre um carro patrulha, no centro de Slovyansk, leste da Ucrânia © Darko Vojinovic/AP/VEJA

Os Estados Unidos, aliados de Kiev, disseram estar atentos às movimentações feitas ao longo da fronteira, porém ressaltam que não houve nada “abertamente agressivo”. O Chefe do Estado-Maior Conjunto americano, Mark Milley, disse nesta quarta-feira, 3, que ainda é muito cedo para que qualquer decisão seja tomada.

Essa não é a primeira vez que Moscou desloca militares para as suas divisas. Ainda neste ano, a Ucrânia e outros aliados no Ocidente ligaram o sinal de alerta após milhares de soldados russos se reunirem próximo à fronteira, embora mais tarde tenha sido ordenado que retornassem à base.

Na última segunda-feira, 1, o governo ucraniano havia desmentido informações da mídia local de que a Rússia estaria reunindo militares na região. No entanto, o país voltou atrás após imagens de satélite divulgadas pelo Politico confirmarem um aumento no número de tropas.

Nas imagens era possível ver cerca de mil veículos militares perto da cidade de Yelnya, localizada cerca de 250 quilômetros ao norte da fronteira ucraniana. De acordo com a empresa responsável pelo conteúdo, a americana Maxar Technologies, o deslocamento começou a ser feito já no final de setembro.

Em resposta, o Kremlin rejeitou o relatório e afirmou que a Rússia mantém uma presença militar em seu território sempre que julgar necessário.

As relações entre os dois países despencou em 2014 após Moscou anexar a península da Crimeia, ocasionando uma guerra entre as tropas ucranianas e forças separatistas apoiadas pelos russos. Segundo estimativas do governo, cerca de 14 mil pessoas morreram no conflito.

A Ucrânia e seus aliados acusam constantemente a Rússia de enviar tropas e armamentos através da fronteira para auxiliar os separatistas que lutam no leste do país. O Kremlin não só nega as acusações como também acusa a OTAN, chefiada pelos Estados Unidos, de realizar atividades provocativas perto de suas fronteiras.

A Aliança diz que está determinada a defender os interesses de seus aliados e reforça o apoio à segurança dos Estados-membros próximos à Rússia após a invasão da Crimeia.

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