Após Turquia, presidente croata lista razões para bloquear candidatura de nórdicos à OTAN

O chefe de Estado croata, Zoran Milanovic, disse que não apoiaria as candidaturas de Finlândia e Suécia à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) até que sua vizinha Bósnia e Herzegovina, um país cliente dos EUA e da União Europeia (UE), mude suas leis eleitorais para facilitar a eleição de croatas étnicos para cargos locais.

Sputnik

A candidatura das nações nórdicas está longe de ser uma unanimidade na aliança militar.

© AFP 2022 / ARMEND NIMANI

Depois de a Turquia criticar o virtual ingresso, o presidente da Croácia também decidiu se posicionar contra a adesão.

Zoran Milanovic prometeu instruir o representante permanente do país na OTAN, Mario Nobilo, a votar contra a admissão da Finlândia e da Suécia, até que a disputa da lei eleitoral com a Bósnia e Herzegovina seja resolvida.

Segundo ele, "os croatas na Bósnia [e Herzegovina] são mais importantes do que toda a fronteira russo-finlandesa", disse Milanovic em entrevista coletiva nesta quarta-feira (18). Suas declarações foram publicadas pela TV N1.

O presidente elogiou as recentes ações da Turquia, dizendo que Ancara mostrou "como lutar por seus interesses nacionais".

Membro da OTAN, a Turquia impôs uma longa lista de demandas à aliança militar para aceitar o ingresso finlandês e sueco.

"A Turquia certamente não cederá antes de conseguir o que quer", assegurou Milanovic, acrescentando que agora Zagreb está fazendo o oposto.

"O governo [Parlamento do país] não tem o monopólio da política externa. A Ucrânia não é um problema candente para nós. É isso", enfatizou.

Milanovic pediu ao Parlamento, que "tem a última palavra" sobre o assunto, que não ratifique nenhum acordo sobre a adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN até que a questão eleitoral entre Bósnia e Herzegovina e Croácia seja resolvida.

O pensamento de Milanovic não é unânime no país. O ministro das Relações Exteriores croata acusou o presidente de "arruinar" a reputação da Croácia no Ocidente, dizendo que suas declarações eram equivalentes a "chantagem".

A Croácia é membro da OTAN desde 2009. As autoridades da Bósnia e Herzegovina, que foi bombardeada pela OTAN em 1995 durante as guerras iugoslavas, manifestaram interesse em aderir à aliança.

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