Chamar a OTAN de aliança exclusivamente defensiva é ridículo, vergonhoso

O principal diplomata russo apontou que o Ocidente "nunca provou sua capacidade de manter sua palavra"

TASS


MINSK - Afirma que a OTAN é uma aliança exclusivamente defensiva que soa ridícula e vergonhosa nos dias de hoje, disse o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, em uma reunião com estudantes e professores na Universidade Estatal bielorrussa na sexta-feira.

Sergey Lavrov © Serviço de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia/TASS

"Recentemente, um representante da Casa Branca reiterou mais uma vez que a Rússia não deve ter medo da OTAN e que ninguém deve ter medo dela, porque a OTAN é uma aliança defensiva. Mas já é ridículo ouvir adultos dizerem tal bobagem óbvia. Eu diria que é simplesmente vergonhoso", disse Lavrov.

Ele lembrou que quando havia duas alianças - o Tratado de Varsóvia e a OTAN - ficou claro "de quem a OTAN estava se defendendo. Da mesma forma, a Organização do Tratado de Varsóvia estava se defendendo da OTAN. Havia uma fronteira clara entre esses dois blocos político-militar."

"A Organização do Tratado de Varsóvia e a União Soviética não existem mais. A OTAN mudou-se para o leste cinco vezes. Eles argumentam que permaneceram uma aliança defensiva o tempo todo. De quem eles estavam se defendendo desde então? Quando alguém avança, estabelece o controle dos territórios e implanta forças armadas e infraestrutura militar lá, não é exatamente o que se chama de defesa. É exatamente o oposto", ressaltou.

Promessas vazias

Lavrov também apontou que o Ocidente "nunca provou sua capacidade de manter sua palavra". Ele lembrou as garantias que a OTAN deu aos soviéticos e, mais tarde, à liderança russa, no sentido de que a aliança não se expandiria para o leste. "Essas promessas acabaram sendo mentiras", enfatizou Lavrov.

Ele também lembrou que "ao custo de compromissos bem conhecidos no final da década de 1990, foi concluído o Ato Fundador rússia-OTAN, no qual Moscou deu mais um passo em direção a novas concessões.

"Não foi dito uma palavra lá que a OTAN não se expandiria para o Oriente. Foi simplesmente declarado que no território dos recém-adotados países membros da OTAN (o que de fato equivalia ao reconhecimento de que a expansão era dada como certa), não haveria implantação permanente de forças de combate significativas", continuou Lavrov. "Nos últimos anos, a OTAN também abandonou esse compromisso. E as últimas decisões da cúpula de Madri proclamam um aumento colossal das forças armadas, armas e infraestrutura militar no chamado flanco oriental da OTAN", afirmou.

Lavrov também observou que a Aliança do Atlântico Norte ignorou completamente outra de suas obrigações fundamentais - garantir a indivisibilidade da segurança.

"Esta fórmula foi aprovada primeiro na cúpula da OSCE em Istambul, em 1999. Em seguida, foi reproduzido em 2010, e não muito tempo atrás - na cúpula da OSCE no Cazaquistão. Diz o seguinte: cada país tem o direito de escolher uma maneira de se proteger e garantir sua segurança, mas, ao mesmo tempo, nenhum país tem o direito de reforçar sua segurança prejudicando a segurança de qualquer outro país em nosso espaço comum. Outro elemento desta fórmula estipulava que nenhum país, nenhuma organização e nenhuma aliança têm o direito de reivindicar um papel dominante na Europa. A OTAN está fazendo exatamente isso", disse Lavrov.

"Em primeiro lugar, ignora os interesses de segurança de nossos países e, em segundo lugar, declara que a OTAN é geralmente o auge da criatividade política e da melhor aliança do mundo ao longo dos séculos, que funciona em benefício de todos os países e povos", resumiu.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem