França se opõe à redução conjunta do consumo de gás na Europa por países da UE

O governo francês se opõe a um objetivo único de redução de 15% do consumo de gás pelos países da União Europeia. De acordo com uma informação divulgada nesta segunda-feira (25) pelos membros do gabinete da ministra francesa da Transição Energética, Agnès Pannier-Runacher, a França defende uma "adaptação" dessas metas à realidade de cada país do bloco.

RFI


O governo francês defende que os membros do bloco cheguem a um acordo para vincular os objetivos de queda do consumo à capacidade de exportação de cada um dos países membros. A ministra francesa fará essa proposta durante o conselho extraordinário dos ministros europeus encarregados da energia, nesta terça-feira (26). Contrariamente à Alemanha, a França não tem problemas de abastecimento de gás e depende pouco da Rússia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans e a comissária europeia Kadri Simson, em 20 de julho, em Bruxelas REUTERS - YVES HERMAN

Diminuindo o consumo, o país terá gás excedente, que poderia ser exportado, mas esta capacidade é limitada pelo tamanho dos gasodutos existentes. Segundo estimativas do governo francês, não será possivel exportar 15% do produto que sobrar para a Alemanha.

O plano de Bruxelas, que ainda deve ser validado pelos Estados membros, prevê que cada país faça o possível para reduzir, entre agosto de 2022 e março de 2023, o consumo de gás em pelo menos 15% em relação à média dos cinco últimos anos no mesmo período. Em caso de risco de grave escassez, Bruxelas poderia ativar um mecanismo de alerta que tornaria a redução do consumo obrigatória para os 27 países-membros.

Países se opõem a medidas

Os detalhes devem ser discutidos durante a reunião em Bruxelas, mas vários paises se opõem às medidas. Entre eles, a Espanha, a Grécia e Portugal. A França insiste que é importante ser "solidária" com a Alemanha, dependente do gás russo, e lembra que as duas economias são tecnicamente "muito ligadas", segundo o gabinete da ministra.

"Vamos fazer o máximo possivel para ajudar nossos parceiros europeus, mas não adianta nada fazer esse tipo de esforço extra. Isso não influenciaria nossa capacidade de ajudar os países vizinhos", ressaltaram os colaboradores. A França espera que esse mecanismo de alerta, que gera uma redução obrigatória do consumo, continue sendo submetida à aprovação dos Estados.

(Com informações da AFP)

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