Rússia recorre a mísseis antiaéreos S-300 para atingir alvos terrestres

As forças russas estão contando com munições da era soviética para certas tarefas enquanto a invasão da Ucrânia continua.

Por Redação Forças de Defesa

O governo russo, nas últimas semanas, ordenou cada vez mais que suas forças na Ucrânia reutilizem mísseis antiaéreos e antinavio desatualizados para uso em alvos terrestres, de acordo com uma reportagem da iNews.


Em Mykolaiv, uma cidade no sul da Ucrânia, seis ataques no último fim de semana foram atribuídos a mísseis russos S-300, munições antiaéreas introduzidas há cerca de 40 anos com um alcance de 120 quilômetros. Dois mísseis Kh-32, originalmente projetados para afundar porta-aviões, também foram responsáveis ​​pelo ataque a um shopping center em Kremenchuk que matou 20 pessoas no mês passado. Uma versão um pouco mais antiga do mesmo míssil também foi usada para atingir um complexo de apartamentos em Odessa na semana passada, matando 18 pessoas.

A fim de empregar essas armas obsoletas no campo de batalha moderno, os militares russos as equiparam com tecnologia GPS, permitindo que elas atacassem vilas e cidades.

‘Bombas burras’ russas na guerra da Ucrânia

“A União Soviética construiu vastos estoques de munições para seus sistemas de armas escolhidos e o S-300 foi substituído por um novo sistema [terra-ar] mais avançado. Haverá muitos mísseis S-300 no inventário russo”, afirmou um relatório de inteligência ocidental, citado pela iNews. “Faria sentido, do ponto de vista do Kremlin, adaptar os S-300 com capacidade de GPS e redistribuí-los em uma função diferente. Mas o problema é que no final do dia eles continuam sendo armas de ataque de precisão de segunda categoria e mais pessoas inocentes morrerão como resultado.”


As notícias dessa dependência de armamentos reaproveitados e de décadas reforçam outros relatórios recentes que indicam que as forças russas estão enfrentando escassez de equipamentos, já que a invasão da Ucrânia dura mais do que o previsto. Relatórios de inteligência do Reino Unido revelaram anteriormente que eles se tornaram mais dependentes das chamadas “bombas burras”, à medida que seus suprimentos de armamento guiado diminuíram. Impossíveis de serem guiadas com precisão, munições desatualizadas resultaram em mais vítimas civis e danos colaterais.

No fim de semana, o governo ucraniano afirmou que os militares russos estão liderando uma “mobilização silenciosa” de cerca de 20.000 novos soldados, com base em listas de vagas para cargos regionais contratados. O relatório veio do Centro Ucraniano de Combate à Desinformação, que é operado por seu Conselho Nacional de Segurança e Defesa. Essas medidas consideráveis ​​de recrutamento estão supostamente sendo realizadas sem que as autoridades russas declarem novas mobilizações.

“Mais de 22.200 vagas para militares contratados apareceram em centros regionais de emprego da Federação Russa”, postou o centro no Telegram.

A Newsweek entrou em contato com autoridades russas para comentar.

FONTE: Newsweek

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