The Wall Street Journal: petroleiros da Europa transportam maior quantidade de petróleo da Rússia antes de embargo

Apesar de a União Europeia ter imposto em junho um embargo ao petróleo da Rússia a partir de dezembro, o volume transportado teria subido significativamente em relação a 2021.

Sputnik

As empresas europeias donas de petroleiros estão transportando a maior quantidade possível de óleo cru antes da entrada em vigor da proibição da importação do petróleo da Rússia, escreveu no domingo (17) o jornal Wall Street Journal (WSJ).

© AFP 2022 / Angelos Tzortzinis

Segundo as estimativas da empresa analítica Lloyd’s List Intelligence citadas pelo WSJ, os petroleiros de donos gregos, que controlam um terço da frota mundial, realizaram em maio e junho 151 escalas em portos russos nos mares Negro e Báltico, em comparação com 89 escalas nos mesmos meses de 2021.

Além disso, a grande demanda do petróleo após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia tem aumentado os fretes diários dos petroleiros Aframax, com o valor disparando de US$ 10.000 (R$ 54.097) em janeiro para US$ 40.000 (R$ 216.388), de acordo com o jornal.

"Ninguém pode dizer o que acontecerá com o mercado de petroleiros quando as sanções entrarem em vigor, mas no final pode ser positivo em termos líquidos porque a demanda por petróleo ainda é alta, e os navios provavelmente [...] viajarão distâncias maiores, o que significa que ganharão mais dinheiro", disse o chefe executivo de uma empresa de navegação grega que pediu para não ser nomeado.

Os países ocidentais têm cortado as importações de petróleo e gás russos e imposto outras restrições desde 24 de fevereiro, com o objetivo de reduzir as receitas da Rússia e tornar impossível a conclusão da operação especial. No entanto, Moscou tem respondido com maiores volumes de fornecimento de petróleo e gás para a Ásia, particularmente à Índia e à China, permitindo manter as receitas.

Em 3 de junho a União Europeia (UE) anunciou um sexto pacote de sanções "econômicas e individuais" contra a Rússia, que inclui um embargo ao petróleo da Rússia a partir de dezembro e de produtos derivados a partir de fevereiro de 2023, com o objetivo de dar tempo aos governos europeus de passarem para fontes de energia alternativas.

No entanto, a redução do fornecimento do petróleo e do gás da Rússia tem levado a uma alta dos preços energéticos no continente europeu, e já foram impostas restrições ao consumo de eletricidade, água e gás em vários países europeus, havendo inclusive temores do colapso de várias indústrias.

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