Arábia Saudita adverte EUA e Israel contra guerra destrutiva em Gaza

Apesar dessas preocupações, autoridades americanas e sauditas parecem ainda acreditar que um acordo de normalização pode ser elaborado, com muitos dos interesses compartilhados que os uniram ainda lá.


Por Yuval Barnea | The Jerusalem Post

Em discussões recentes com os Estados Unidos, o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, alertou os EUA e Israel de que uma invasão terrestre de Gaza poderia aprofundar a crise e prolongar o ciclo de violência, de acordo com um artigo do New York Times.

O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, recebe o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no Palácio Al Salman em sua chegada a Jeddah, na Arábia Saudita, em 15 de julho de 2022 | BANDAR ALGALOUD/CORTESIA DA CORTE REAL SAUDITA/REUTERS

Mohammed bin Salman reuniu-se com um grupo de 10 senadores na capital saudita, Riad, há uma semana, transmitindo-lhes a sua preocupação com a necessidade de proteger os civis palestinianos.

"A liderança saudita estava esperançosa de que uma operação terrestre poderia ser evitada por razões de estabilidade, bem como pela perda de vidas", disse o senador Richard Blumenthal (D-Connecticut) ao Times em 26 de outubro.

Autoridades diplomáticas dos EUA estão certos de que os sauditas são contra uma invasão terrestre, porque querem "uma resposta comedida que não se transforme em um conflito mais longo e profundo", segundo o senador Lindsey Graham (Carolina do Sul), também presente na viagem.

"[Ele] entende que isso foi um ato de terror", disse Graham ao Times.

Perto da normalização

A Arábia Saudita estava perto de alcançar um acordo de normalização com Israel até o ataque do Hamas em 7 de outubro, que muitos especialistas acreditam ter como objetivo interromper e impedir tal acordo.

Os sauditas haviam sido encorajados pelo sucesso dos Acordos de Abraão, que viram acordos de normalização envolvendo Bahrein, Marrocos e Emirados Árabes Unidos.

Os sauditas não estão sozinhos em sua preocupação de que uma invasão de Gaza desestabilize ainda mais a região. Egito e Jordânia também expressaram preocupação, com ambos vendo as implicações de uma invasão como um aumento acentuado de refugiados em seus países.

Apesar dessas preocupações, autoridades americanas e sauditas parecem ainda acreditar que um acordo de normalização pode ser elaborado, com muitos dos interesses compartilhados que os uniram ainda lá.

Embora a maioria das opiniões aponte para um acordo de normalização sendo adiado até a conclusão do combate, alguns acham que pode ser possível integrar os dois e enquadrar o acordo de normalização como parte da garantia de mais direitos para os palestinos.

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