Otan responderá se for comprovado ataque deliberado a gasoduto no Mar Báltico

A Otan discutirá os danos causados a um gasoduto e a um cabo de dados entre os Estados-membros Finlândia e Estônia, e montará uma resposta "determinada" se for comprovado que a causa foi um ataque deliberado, disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, nesta quarta-feira.


Por Anne Kauranen e Benoit Van Overstraeten | Reuters

HELSINQUE/BRUXELAS - Os danos no gasoduto Balticconnector e no cabo de telecomunicações foram confirmados na terça-feira, depois que uma das duas operadoras do gasoduto, a finlandesa Gasgrid, observou uma queda na pressão e um possível vazamento na noite de domingo, durante uma tempestade.

Secretário-geral da Otan Jens Stoltenberg 11/10/2023 REUTERS/Johanna Geron © Thomson Reuters

Na terça-feira, Helsinque disse que o dano foi provavelmente causado por "atividade externa" e que a causa estava sendo investigada, alimentando a preocupação com a segurança energética regional e elevando os preços do gás.

"O importante agora é estabelecer o que aconteceu e como isso pôde acontecer", disse Stoltenberg aos repórteres em Bruxelas, antes de uma reunião da aliança militar.

"Se for comprovado que se trata de um ataque deliberado à infraestrutura crítica da Otan, isso será, é claro, grave, mas também será enfrentado por uma resposta unida e determinada da Otan."

O gasoduto, entre Inkoo, na Finlândia, e Paldiski, na Estônia, atravessa o Golfo da Finlândia, parte do Mar Báltico que se estende para o leste até as águas russas e termina no porto de São Petersburgo.

O Kremlin descreveu o incidente como "perturbador" e disse que estava aguardando mais informações.

Os gasodutos Nord Stream foram danificados por um ataque no Mar Báltico, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira, referindo-se a um incidente em setembro de 2022.

Henri Vanhanen, pesquisador do Finnish Institute for International Affairs, disse que a questão central seria como a Otan reagiria se houvesse evidência de um agente estatal por trás dos danos ao gasoduto do Mar Báltico.

"Acho que a grande questão a longo prazo é que temos um conjunto claro de possíveis contramedidas para essas atividades (de sabotagem)? Qual é o poder de dissuasão?", afirmou ele.

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