Ocupação israelense obriga palestinos a usar cinto de explosivos e entrar em túnel em Gaza

Um morador da Cidade de Gaza disse que soldados israelenses o algemaram e amarraram explosivos a ele antes de forçá-lo a entrar em um túnel suspeito de ser usado pelo Hamas.


Al Jazeera

Hakim, de 30 anos, disse ao site que estava entre os palestinos vistos despidos e algemados depois de serem presos por soldados israelenses que o usaram como escudo humano enquanto procuravam combatentes do Hamas no subsolo.

Hakim estava entre os palestinos capturados e despidos pelas forças israelenses na Faixa de Gaza (Reuters)

O palestino, que preferiu ser identificado apenas pelo primeiro nome, disse que era um dos dezenas de homens vistos em fotos e vídeos algemados e despidos pelas forças israelenses.

Câmera em sua cabeça


Hakim lembra que um dos soldados lhe disse que queria levá-lo ao túnel do Hamas, acrescentando: "Ele me fez usar um cinto cheio de explosivos e colocou uma câmera GoPro na minha cabeça com uma corda na cintura".

Hakim continuou dizendo que foi empurrado para dentro do túnel e ordenado a ser explorado para ver se havia algum lutador dentro.

"Eles estavam prontos para explodir o túnel com meu corpo se a câmera na minha cabeça mostrasse algum lutador dentro, eu tinha 100% de certeza de que seria morto naquele momento, mas eles me tiraram do túnel quando não encontraram nada dentro", disse ele.

De acordo com Hakim, um adolescente de 15 anos foi submetido ao mesmo tratamento, e disse que o menino com quem estava detido sobreviveu e foi liberado após 3 dias.

Há ainda outros em cativeiro


Apesar da libertação de Hakim, seu irmão e outros parentes permanecem no cativeiro israelense.

"Ficamos vários dias sem comer. Às vezes tínhamos água para beber e eles insultavam-nos com as piores palavras que se pode pensar", diz Hakim.

Israel divulgou imagens de dezenas de prisioneiros palestinos seminus mantidos no solo há uma semana, alegando que eram combatentes do Hamas se rendendo.

Hakim disse que ele e qualquer um de seus parentes detidos não tinham nada a ver com nenhum dos grupos armados em Gaza, acrescentando que eles o mantiveram no pátio da escola no frio.

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