Chefe do Fundo de Investimento Palestino confirmou a informação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça
Reuters
Pelo menos 15 bilhões de dólares serão necessários para a reconstrução em Gaza, disse o chefe do Fundo de Investimento Palestino nesta quarta-feira (17), o que destaca a devastação causada pela ofensiva de Israel.
 |
| Palestinos caminham por área atacada por Israel em Rafah, no sul da Faixa de Gaza 17/01/2024REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa |
O presidente Mohammed Mustafa disse que relatórios internacionais indicaram que 350 mil moradias foram completa ou parcialmente danificadas em Gaza. Supondo que 150 mil delas terão que ser reconstruídas a um custo médio de 100 mil dólares por unidade, “são 15 bilhões de dólares para reconstruir casas”, afirmou.
“E ainda não falamos sobre infraestrutura, não falamos sobre os hospitais que foram danificados, sobre redes…” afirmou, no Fórum Econômico Mundial em Davos.
O número sugere custos de reconstrução superiores a contas apresentadas anteriores para reconstruir Gaza após conflitos, com a guerra ainda em andamento três meses depois da invasão do Hamas em 7 de outubro.
Depois da guerra entre Hamas e Israel em 2014, que durou sete semanas e matou 2.100 palestinos, o Catar gastou mais de 1 bilhão de dólares em moradias e projetos de auxílio em Gaza.
Israel devastou grande parte do território em uma campanha que, segundo as autoridades de saúde em Gaza, governada pelo Hamas, matou mais de 24.400 pessoas desde 7 de outubro, quando o grupo palestino iniciou a guerra invadindo Israel, matando 1.200 pessoas e sequestrando outras 240, de acordo com dados israelenses.
Os números divulgados pelo gabinete de imprensa comandado pelo Hamas em Gaza mostram que mais de 360 mil moradias sofreram danos severos ou parciais e mais de 70 mil foram completamente destruídas.
Mustafa afirmou que a liderança palestina continuaria, no curto prazo, concentrada no auxílio humanitário, incluindo alimentos e água, mas em certo momento o foco mudará para a reconstrução.
RISCO DE FOME
A guerra levou a maioria das 2,3 milhões de pessoas de Gaza a fugir de suas casas — em algumas ocasiões, várias vezes — e causou uma crise humanitária, com escassez de comida, água, combustível e medicamentos.
“Se a guerra em Gaza continuar, mais pessoas devem morrer de fome do que da guerra”, disse Mustafa.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse na terça-feira (16) que os países árabes não estão entusiasmados em se envolver na reconstrução de Gaza se o enclave for “destruído” novamente daqui a alguns anos.
Mustafa afirmou que a operação de reconstrução será enorme, e as necessidades financeiras, significativas. Ele também disse que dinheiro não resolverá o problema de Gaza, acrescentando que também será necessária uma solução política.