Macron pede que Israel evite escalada do conflito após morte de líder do Hamas no Líbano

Após o assassinato de Saleh al-Arouri em Beirute, o número 2 da ala política do Hamas, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, disse nesta quarta-feira (3) que o país está "de prontidão para enfrentar qualquer cenário" e continuará "concentrado" na luta contra o grupo terrorista.


RFI

O ataque de drone de Israel, que matou al-Haouri, ocorreu nesta terça-feira (2) em um subúrbio do sul de Beirute, reduto do Hezbollah pró-iraniano. Além dele, outros seis membros do Hamas morreram.

Pessoas se reúnem perto de um local danificado após uma explosão, no que fontes de segurança dizem ter sido um ataque de drone israelense, no subúrbio de Dahiyeh, em Beirute, no Líbano, em 2 de janeiro de 2024. REUTERS - AHMAD AL-KERDI

Após o ataque, o presidente francês, Emmanuel Macron pediu que "ações que levem à escalada da violência sejam evitadas, especialmente no Líbano", de acordo com um comunicado do Palácio do Eliseu.

Macron conversou por telefone com o ministro israelense Benny Gantz, membro do gabinete de guerra, e enfatizou que "a França continuará a levar essa mensagem a todos os atores direta ou indiretamente envolvidos".

O chefe de Estado também expressou sua "mais profunda preocupação com o número de vítimas civis e a emergência humanitária em Gaza". Macron ainda "lembrou a obrigação de Israel de proteger os civis e enfatizou a urgência de entregar a ajuda à população do enclave palestino.

Macron também salientou que é necessário "agir para obter um cessar-fogo duradouro, com a ajuda de todos os parceiros regionais e internacionais", acrescentou.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, as tensões aumentaram na fronteira entre Israel e o Líbano, na Síria e no Iraque, com disparos contra as bases americanas, e no Mar Vermelho, onde ataques dos rebeldes huthis tem como objetivo desacelerar o tráfego marítimo internacional em "apoio" a Gaza.

"Movimento nunca será derrotado"


O líder do Hamas, Ismaïl Haniyeh, disse que seu movimento "nunca será derrotado", após a morte de al-Haouri.

"Um movimento cujos líderes e fundadores caem como mártires em nome da dignidade do povo e de nossa nação nunca será derrotado", afirmou Haniyeh em um discurso na TV. "Essa é a história da resistência e do movimento que, após o assassinato de seus líderes, torna-se ainda mais forte e mais determinado", declarou.

O aumento da tensão entre os dois campos cresceu após reação do poderoso Hezbollah pró-iraniano no Líbano. O movimento armado declarou na noite de terça-feira que o "assassinato" por Israel do número dois do movimento palestino Hamas em seu reduto, no subúrbio do sul de Beirute, "não ficará impune".

"Assassinar Saleh al-Arouri no subúrbio do sul de Beirute é uma grave agressão contra o Líbano (...) e não ficará impune ou sem resposta", disse o Hezbollah, em um comunicado. O grupo xiita libanês faz há quase três meses ataques diários contra Israel a partir do sul do Líbano.

Saída dos palestinos e críticas dos EUA


O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, voltou a defender a saída em massa dos palestinos de Gaza nesta quarta-feira, rejeitando as críticas dos EUA de que suas declarações anteriores sobre a questão foram "irresponsáveis".

"Os Estados Unidos são nossos amigos, mas, acima de tudo, faremos o que é bom para o Estado de Israel: incentivar a emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza e permitir que os residentes (israelenses) retornem às suas casas (nos limites de Gaza) e vivam em segurança, protegendo nossos soldados", escreveu Ben Gvir na rede social X, em resposta às críticas americanas.

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