ONU: assassinatos secretos em hospital na Cisjordânia podem configurar crimes de guerra

No final de janeiro, chocaram as imagens de equipes especiais israelenses disfarçadas de civis palestinos, armadas, entrando em um hospital na Cisjordânia para assassinar três pessoas supostamente ligadas ao Hamas.


Sputnik

Agora, especialistas das Nações Unidas afirmam que esse ato pode constituir um "crime de guerra".

© AFP 2023 / Zain Jaafar

Especialistas do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas alertaram em 9 de fevereiro que as aparentes execuções extrajudiciais de três palestinos por Israel no hospital Ibn Sina, na cidade ocupada de Jenin, na Cisjordânia, podem representar graves violações do direito internacional, dos direitos humanos e do direito humanitário internacional.

Segundo relatos citados por especialistas, em 29 de janeiro, cerca de dez membros armados da Agência de Segurança de Israel (Shin Bet) e da Polícia de Israel entraram no hospital disfarçados de médicos, enfermeiras e mulheres civis. Eles foram registrados por câmeras de segurança enquanto levavam para o hospital uma cadeira de rodas e uma boneca em um carrinho de bebê.

Após entrar em uma sala de reabilitação, as forças israelenses mataram a tiros Basel Ayman Al-Ghazawi, um paciente que recebia tratamento para ferimentos graves causados por um ataque aéreo israelense há três meses, seu irmão, Muhammad Ayman Al-Ghazawi, e outro visitante, Muhammed Walid Jalamna.

Israel alegou que os três jovens estavam envolvidos em atividades "terroristas" de grupos armados palestinos; no entanto, os especialistas da ONU consideraram que as forças israelenses são obrigadas a respeitar o direito internacional em todos os momentos.

"Em qualquer caso, Israel é sempre obrigado a respeitar o direito internacional dos direitos humanos e o direito humanitário internacional", afirmaram os especialistas em um comunicado.

Os peritos insistiram que o assassinato dos jovens não se justificava, especialmente enquanto um deles estava em tratamento no hospital, e consideraram que poderiam tê-los prendido em vez de tirar suas vidas.

"No território ocupado sob controle israelense, fora das hostilidades ativas, no máximo as forças israelenses poderiam ter o direito de prendê-los ou detê-los. Elas só poderiam usar a força se fosse estritamente necessário para evitar uma ameaça iminente à vida ou ferimentos graves. Em vez disso, Israel optou por assassiná-los, em flagrante violação do seu direito à vida", afirmaram.

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