Maduro proibiu aviões argentinos de passar pelo espaço aéreo venezuelano

O governo de esquerda atribuiu a decisão ao que aconteceu com a aeronave Emtrasur, detida por meses na Argentina e depois apreendida pelos Estados Unidos


La Nacion

As tensões entre o governo de Javier Milei e Nicolás Maduro na Venezuela não diminuem, e agora acrescentam um novo capítulo. O Executivo venezuelano definiu que aviões argentinos não podem cruzar seu espaço aéreo, decisão que afeta voos de companhias locais.

Javier Milei e Nicolás Maduro

Segundo fontes familiarizadas com o problema, a Argentina já apresentou uma nota de protesto à Venezuela na última sexta-feira por essa decisão de suspender as autorizações de sobrevoo de empresas argentinas no espaço aéreo venezuelano. Mesmo nessa carta que veio do Ministério das Relações Exteriores, eles alertaram que as medidas necessárias serão tomadas no âmbito da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) por violar a Convenção de Chicago de 1944.

Esta manhã, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, referiu-se ao assunto: "Confirmo que a Argentina iniciou ações diplomáticas contra a Venezuela, lideradas por Maduro, após a sua decisão de proibir o uso do espaço aéreo por aeronaves argentinas com os danos que isso acarreta para o nosso país. Isso faz parte de uma retaliação que a Venezuela tomou porque a Argentina aceitou a ordem de apreender o avião Emtrasur ligado à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã. A Argentina não vai se permitir ser extorquida pelos amigos do terrorismo."

No entanto, na segunda-feira, a Venezuela respondeu ao pedido de atenção e ratificou sua posição. Segundo eles, a medida está ligada ao que aconteceu com o avião da Emtrasur que foi detido em junho de 2022 na Argentina devido a problemas com a declaração de sua tripulação, de origem iraniana. A aeronave ficou inativa por ordem da Justiça e ficou meses presa no Aeroparque. Entretanto, em Fevereiro partiu para os Estados Unidos, uma vez que tinham feito um pedido de apreensão naquele país, garantindo que era usado para operações secretas.

Esta decisão venezuelana de cancelar voos afeta a operação da Aerolíneas Argentinas em suas rotas para o Aeroporto Internacional John F. Kennedy (JFK), Aeroporto Internacional de Miami e Punta Cana, de acordo com o que fontes explicaram ao La Nacion.

A falta de harmonia ideológica entre Milei e Maduro já levou a vários cruzamentos. Um deles era para esse avião que estava retido na Argentina desde o governo de Alberto Fernández. "Roubaram nosso avião da Emtrasur. O bandido de Milei roubou o avião da Venezuela. Javier Milei, o herói da ultradireita dos sobrenomes, esse herói da ultradireita dos sobrenomes, roubou um grande avião da Venezuela, de vocês, os trabalhadores da Conviasa. Milei é louco ou ele é louco ou os dois ao mesmo tempo? Ah, mas ele roubou um avião da Venezuela", disse o líder esquerdista que agora tomou essa medida drástica.

A última troca ocorreu depois que o presidente venezuelano usou atas de seu discurso anual na Assembleia Nacional para enviar uma forte mensagem ao líder libertário, a quem descreveu como "um erro na história da Argentina e da América Latina" pelas políticas que pretende executar para minimizar a intervenção estatal.

Naquela época, Milei respondeu a ele durante sua viagem ao Fórum de Davos. "Eu não esperava tantos elogios", ironizou o presidente na rede social X, acrescentando: "O empobrecimento socialista de Maduro dizendo que eu sou um erro histórico na América Latina confirma que estamos no caminho certo".

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