Diplomacia Bolivariana ou Diktat Sukhoi

Nelson During – Defesa@Net


No dia 25 de Maio de 2007, na Base Aérea Luís del Valle Garcia - Barcelona – Estado Anzoátegui, na Venezuela, o Presidente Chávez ativou o Grupo Aéreo de Caza, “Libertador Simón Bolívar”, Nº 13 da Fuerza Aeréa Venezolana (FAV), que tinha recebido mais quatro aviões, no início de Abril. Assim o Grupo Nº 13 foi ativado com 8 aviões, com a expectativa real, de os 24 caças, adquiridos em Junho de 2006, serem recebidos até 2009.


Às vésperas do conflituoso caso RCTV o Governo Bolivariano resolveu ativar, com pompa e circunstância o Grupo de Caça, em cerimônia transmitida por rádio e televisão, para toda a Venezuela. Tudo indica que se trata de um jogo de força da política interna da Venezuela.

Porém, uma seqüência de fatos recentes demonstra que uma nova política está sendo montada pelo Governo Chavista para uso interno e evidentes indícios para efeito externo com os caças executando um fator preponderante.


Seqüência de fatos recentes:


16 Abril 2007 - Chávez apresenta os Sukhoi Su-30 MK2 aos Presidentes Evo Morales (Bolívia), Nicanor Duarte Frutos (Paraguai) e Luiz Inácio (Brasil), quando da passagem dos mesmos pela Base Aérea Luís del Valle Garcia a caminho da Cumbre Energética, na Isla Margarita.


1º Maio 2007 – Sukhois sobrevoam as instalações petrolíferas durante os atos da “da recuperación de la plena soberanía petrolera” , com as palavras de Chávez: “la soberanía también se observa en el aire.”


25 Maio 2007- Ativação do Grupo Aéreo de Caza, “Libertador Simón Bolívar”, Nº 13.

Em 40 dias, três eventos relevantes onde os caças Sukhoi foram a peça de resistência do Presidente Chávez.


No último evento o Presidente Hugo Chávez Frias em seu pronunciamento delineia mais claramente o emprego dos caças nos seus planos para o continente, ao condecorar a todos os pilotos e membros das equipes de terra da unidade com as seguintes palavras, que indicam, o futuro da unidade nos planos estratégicos e geopolíticos do governo: “Porque vocês são os libertadores do ar, libertadores de uma Nova Pátria, condecoro-os de imediato”.

As ações recentes do governo chavista, em curto espaço de tempo, delineiam o que virá a ser uma política de projeção de poder da Revolução Bolivariana: seus caças Sukhoi Su-30MK2, numa estratégia que poderá ser adotada quando os seus protegidos Evo Morales e Rafael Correa (Equador), e outros aliados como Frutos e Kirchner, ou assuntos pendentes da diplomacia regional como Equador-Peru, Bolívia-Chile e os fomentados pela diplomacia Chavista, como o crescente mal-estar relacionado à hidrelétrica de Itaipu, entre os governos brasileiro e paraguaio, enfrentarem problemas políticos.


O que farão os já imobilizados Itamaraty, Casa Civil, Comandos Militares e o Presidente Luiz Inácio se os caças Sukhoi SU-30MK2 pousarem na enigmática Base Aérea do Paraguai Mariscal Estigarribia, em apoio aos Paraguaios para sua retomada dos direitos em Itaipu?


Teremos logo, a cada dificuldade do governo de Evo Morales os Sukhoi sobrevoando a capital La Paz? E se não operarem diretamente dentro do país amparados pelo generoso acordo militar Bolívia/Venezuela assinado no ano de 2006?


Segundo fontes de La Paz uma estrutura de bases está sendo construída na Bolívia para operação de forças venezuelanas.

A geopolítica de cerco ao Brasil, cultivada tanto tempo pelas fontes de esquerda e incentivada pelo Itamaraty e o Palácio do Planalto, realmente existe. Porém longe de ser de tropas americanas e sim, do governo Bolivariano plantando bases em torno do Brasil, para seus vistosos caças Sukhoi da FAV sobrevoarem de forma livre e soberana os céus da América do Sul.


O alerta foi dado a Luiz Inácio, no dia 16 Abril, quando o constrangido presidente brasileiro foi puxado para dentro de um hangar e recebeu detalhada explicação das capacidades do caça pelo próprio Chávez. Até detalhes como a manobra “Cobra Pugachev”, um emocionado Chávez detalhava ao seu convidado.


O Presidente Luiz Inácio solicitou, no fim de 2006, aos Comandos Militares uma avaliação da capacidade militar do Brasil frente aos países da região, em especial da Venezuela. O relatório o deixou preocupado, porém tem sido dissuadido pelo Itamaraty, com a postura de que os venezuelanos não teriam capacidade de absorver e retirar o máximo de desempenho dos equipamentos avançados como os caças Sukhoi e suas armas (mísseis BVR e armas guiadas), sem um grande investimento e muitos anos para adquirir experiência.


Autoridades, em especial da FAB, mencionam que a Venezuela, quando operava continuadamente com os americanos, tinha uma capacidade operacional bem avançada para os padrões sul-americanos.


O tempo flui para o Presidente Luiz Inácio; terá o Brasil tempo para se recompor?

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