Ofensiva terrestre israelense avança rumo à cidade de Gaza



O Exército israelense opera neste domingo na entrada da Cidade de Gaza, a dezenas de quilômetros da fronteira com Israel, informaram testemunhas. No nono dia consecutivo dos bombardeios israelenses contra alvos do movimento islâmico Hamas na região, as Forças de Defesa ampliam a ofensiva terrestre, considerada o segundo passo da grande ofensiva militar que deixou ao menos 460 mortos e cerca de 2.350 feridos.

Tanques e unidades de infantaria foram vistos na área da antiga colônia de Netzarim, esvaziada durante o desmonte dos assentamentos judeus na faixa de Gaza em meados de 2005, cerca de três quilômetros ao sul da cidade de Gaza.

Com o avanço das tropas de artilharia para o norte, Israel dividiu a faixa de Gaza em dois segmentos, um movimento que, segundo o jornal israelense "Jerusalem Post", visa reduzir o fluxo de armas, suprimentos e militantes para a parte norte da região.

Segundo a Rádio Israel, testemunhas disseram à imprensa árabe que os tanques das Forças de Defesa de Israel podiam ser vistos na área entre a cidade de Gaza e Netzarim. O canal British Sky News relatou a presença de 150 tanques na área de Netzarim.

Na noite deste sábado (3), 30 soldados ficaram feridos no confronto direto com militantes do Hamas, que resistiram a entrada dos tanques em seus redutos. O número foi confirmado pelo Exército israelense, que afirmou que dois deles estão em estado grave.

O porta-voz do Exército, contudo, negou informações de que um soldado israelense tenha morrido durante a ofensiva, destacando que o exército israelense "não contabilizava nenhuma baixa" na manhã deste domingo.

A maioria dos feridos foram levados ao hospital Soroka, em Beer Sheva.

O Hamas havia publicado um comunicado no qual afirmava ter matado nove soldados israelenses durante os enfrentamentos, enquanto o canal Al Jazeera contabilizava um morto.

O exército israelense constatou, por outro lado, uma redução significativa no número de foguetes lançados contra seu território desde o início da ofensiva terrestre neste sábado.

"Oito foguetes de curto alcance e sete obuses de morteiro foram disparados desde o início da operação terrestre em direção a Israel, sem que fossem registradas vítimas", declarou o porta-voz israelense. Contudo, as agências internacionais de notícias dizem que ao menos 25 foguetes atingiram o território israelense neste domingo, um dos quais atingiu uma casa em Sderot e feriu uma mulher.

O exército afirma ter "matado ou ferido dezenas" de combatentes palestinos, mas o Hamas não informou o número de baixas em suas fileiras. O jornal israelense "Haaretz" fala em 23 palestinos mortos somente na ofensiva terrestre israelense, dos quais apenas três eram militantes do Hamas.

As Forças de Defesa israelenses mantiveram, simultaneamente à ofensiva terrestre, os bombardeios aéreos a alvos ligados ao Hamas. Nesta madrugada, a Força Aérea atingiu ao menos 45 alvos na faixa de Gaza, incluindo diversos túneis e locais tidos como fábricas de armas.

Objetivos

Fontes das Forças de Defesa disseram, segundo o "Jerusalem Post", que o objetivo imediato da ofensiva terrestre é conquistar o território do norte de Gaza, incluindo locais usados para lançar foguetes contra Israel. Ao menos quatro brigadas estão dentro de Gaza atualmente.

Um dos objetivos da ofensiva é também enfraquecer significativamente o braço armado do Hamas, que as Forças de Defesa estimam não ter sido afetado pelos mais de 600 bombardeios aéreos dos últimos nove dias.

As fontes de Defesa afirmaram que as tropas israelenses não entrarão nos campos de refugiados ou na cidade de Gaza e que é provável que, nesta segunda-feira (5), a operação terrestre recue com a chegada do presidente francês, Nicolas Sarkozy, para as negociações de um cessar-fogo.

Saldo

Israel comanda desde o último dia 27 uma grande ofensiva militar contra alvos do Hamas na faixa de Gaza, em bombardeios que destruíram diversos pontos vinculados ao Hamas, como ministérios, casas de ativistas, delegacias, mesquitas, a sede de uma ONG e edifícios da Universidade Islâmica e que já matou três importantes líderes do grupo.

Os bombardeios também destruíram diversas casas e boa parte da infraestrutura da faixa de Gaza, agravando a crise humanitária na região, alerta a ONU (Organização das Nações Unidas)

Segundo Israel, a ofensiva é uma resposta à violação -- e lançamento de foguetes -- do Hamas da trégua de seis meses assinada com Israel e que acabou oficialmente no último dia 19. Desde o início dos bombardeios israelenses, o Hamas intensificou o lançamento de foguetes sobre o sul de Israel, em ataques que mataram quatro pessoas.

Com agências internacionais

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