Novo incidente com Caracas é ''grave'', diz Uribe

Colombiano pede para aliados não provocarem Chávez, mas coloca Forças Armadas em alerta

RUTH COSTAS, COM AFP E AP

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, qualificou ontem de "muito grave" a destruição de duas pontes de madeira na fronteira com a Venezuela, mas disse que seu governo não produzirá "atos de guerra". O ministro da Defesa Gabriel Silva advertiu que as Forças Armadas estão preparadas e em alerta máximo para impedir qualquer agressão contra os cidadãos ou o território colombianos.

As pontes - que ligam Ragonvalia, no Departamento (Estado) colombiano de Norte de Santander, com Las Delicias, na Venezuela - foram destruídas por militares venezuelanos por ordem de Caracas. O governo colombiano denunciou ontem a Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA) por esse ato e promete fazer o mesmo na ONU.

O candidato presidencial Rafael Pardo foi detido ontem brevemente pela Guarda venezuelana para dar explicações quando falava com repórteres na ponte Simón Bolívar, que une a cidade de Cúcuta com o território venezuelano.

Uribe pediu ontem que as autoridades colombianas evitem fazer provocações a Caracas. "Nada de provocações verbais, precisamos acudir aos organismos internacionais. Nossa luta é contra o terrorismo e pela segurança. Não temos pretensão (de agir) contra a comunidade internacional, muito menos contra o povo irmão da Venezuela."

Em Caracas, o vice-presidente venezuelano, Ramón Carrizáles, disse que as estruturas dinamitadas eram "passarelas improvisadas e usadas por narcotraficantes" e as denúncias da Colômbia não têm fundamento.

A polêmica sobre as pontes é mais uma na lista de disputas que está levando a uma escalada de tensões entre Bogotá e Caracas. O presidente Hugo Chávez congelou em julho relações com Bogotá por causa de um acordo de cessão de bases militares colombianas aos EUA.

"As pontes em si não eram importantes, mas sua destruição tem grande valor simbólico - demonstra que Caracas ainda está disposta a continuar com as agressões", disse ao Estado o cientista político venezuelano, Herbert Koeneke, da Universidade Simón Bolívar.

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