Jobim convoca empresariado a investir na indústria nacional de defesa

Luiz Gustavo Rabelo
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa


São Paulo, 25/05/2011 - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez um chamamento ao empresariado brasileiro para que invista na revitalização e no desenvolvimento da indústria nacional de defesa. Segundo o ministro, ao contrário de décadas anteriores, o país se encontra atualmente num momento propício para dar “um salto qualitativo” nesse setor, sobretudo em razão das mudanças ocorridas nos últimos anos no panorama político-econômico nacional.


Para Jobim, os esforços empreendidos pelo governo na área de defesa têm elevado a sensibilidade das elites políticas brasileiras para a necessidade de o país se preparar para resguardar suas riquezas, tais como seus aqüíferos e sua capacidade de geração de energia renovável e não-renovável (com o petróleo do pré-sal).

Esse fator, aliado a outros aspectos como a estabilidade monetária, o aumento da presença internacional do Brasil, o incremento dos investimentos estatais na área militar e a existência de grupos empresariais capitalizados que começam a investir no setor, formam, na avaliação do ministro, a base necessária para sustentar a revitalização da indústria de defesa nacional.

O convite ao empresariado ocorreu durante palestra proferida por ele ontem aos integrantes do Conselho de Administração da Odebrecht, em São Paulo. Conhecida por sua atuação no segmento de infraestrutura, a empresa promoveu uma reorientação de parte de seus investimentos para o setor de defesa. Recentemente, o grupo adquiriu uma empresa especializada na fabricação de mísseis e criou um braço organizacional para a área de defesa e tecnologia.

Durante sua exposição, Jobim lembrou as iniciativas que o governo vem tomando para aperfeiçoar, institucionalmente, a defesa nacional. De acordo com ele, parte dessas iniciativas cabe essencialmente ao Estado, mas a parcela referente aos investimentos requer o envolvimento do setor privado.

Do ponto de vista do setor público, afirmou Jobim, há vários avanços em curso, como a implementação de um plano de articulação e equipamento de defesa e de modificações na legislação tributária e orçamentária com objetivo de dar previsibilidade ao setor. No entanto, pontuou o ministro, o esforço necessário para modificar o atual estado da defesa não pode depender apenas do governo. “Todos os agentes envolvidos nesse processo precisam contribuir para a construção da realidade almejada”, completou.

Oportunidades internacionais

 
O ministro cobrou mais agressividade das empresas nacionais na exportação de produtos e serviços de defesa. Citando dados da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), ele ressaltou o fato de que, no Brasil, apenas 132 empresas são filiadas à entidade, das quais somente 35 exportam o equivalente a R$ 1 bilhão, quantia mínima em relação ao que movimenta esse mercado no mundo: R$ 1 trilhão.

Jobim lembrou que, das 100 empresas melhor ranqueadas na área de defesa no mundo, apenas uma é brasileira, a Embraer, que figura na 95ª posição. Das dez primeiras, sete são americanas e três são associações de grupos europeus. “Esse fato sugere que os atores nacionais devam ter estatura e musculatura compatíveis com o grau de agressividade requerido nessa faixa de mercado”, opinou.

Ao longo de sua explanação, o ministro chamou a atenção dos empresários para as oportunidades no campo internacional para as empresas brasileiras que atuam com defesa. Uma delas, ressaltou, está no atendimento de demandas da Organização das Nações Unidas (ONU) que vem adotando uma política de terceirização de suas necessidades por meio de main contrators. De acordo com Jobim, embora esse mercado movimente cerca de US$ 6 bilhões, apenas 14 empresas brasileiras atuam nele, com uma participação de menos de US$ 1 milhão.

A outra oportunidade mencionada pelo ministro decorre das tratativas no âmbito da União Sul-Americana de Nações (Unasul). Segundo Jobim, nesse fórum os países buscam complementaridade e intercâmbio, prevalecendo, também no campo das relações comerciais setoriais, o relacionamento do tipo “ganha-ganha”.

O ministro concluiu sua palestra manifestando sua convicção de que a modernização da defesa nacional, sobretudo de sua indústria, passa, inequivocamente, pela necessidade de um trabalho conjunto entre governo e o setor privado nacional.

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