Incidente com destróier USS Fitzgerald: capacidade para uma guerra real é duvidosa

Na madrugada do sábado passado (17), o destróier norte-americano USS Fitzgerald chocou com um navio mercante das Filipinas. Como resultado, a embarcação dos EUA ficou significativamente danificada, o que põe em questão sua aptidão para uma guerra real.


Sputnik


As causas do acidente, em que morreram sete marinheiros norte-americanos, estão sendo investigadas. Os especialistas militares Konstantin Sivkov e Vladimir Evseev comentam a situação em entrevista à Sputnik Japão.

Destróier de mísseis guiados norte-americano USS Fitzgerald, da classe Arleigh Burke, danificado após colisão com um navio mercante filipino, em 18 de junho de 2017
USS Fitzgerald após colisão com navio mercante filipino © REUTERS/ Toru Hanai

De acordo com Konstantin Sivkov, a culpa do acidente é do destróier, pois o último não cedeu passagem à embarcação comercial, que se apresentava por seu estibordo.

Comentando os sérios danos causados no destróier pela colisão e sua futura reparação, o especialista sublinha que "ficou danificado o sistema responsável pela atividade geral do navio e os sistemas de comando e controle de combate, ou seja, o destróier perdeu sua capacidade bélica".

Entretanto, a aptidão dos destróieres de mísseis guiados da classe Arleigh Burke, a que pertence o USS Fitzgerald, já foi posta em dúvida antes. A deficiente proteção foi demonstrada em 12 de outubro de 2000, quando no porto de Áden, no Iêmen, durante seu reabastecimento, o destróier da mesma classe USS Cole foi atacado por terroristas em uma lancha-bomba, que resultou em 17 mortos e 39 feridos. O navio foi rebocado para os EUA e em 2002 foi de novo posto em serviço da Marinha.

De acordo com Vladimir Evseev, o último incidente com o USS Fitzgerald demonstra que os EUA têm vários problemas quando encontram um inimigo sério:

"Por exemplo, deu errado o ataque com mísseis Tomahawk contra o aeródromo sírio. Isso provou que os mísseis de cruzeiro norte-americanos não estão protegidos contra sistemas de guerra eletrônica…. O mesmo se pode dizer sobre os destróieres que, em algumas condições ideais, podem cumprir as tarefas necessárias. No entanto, quando enfrentarem um adversário sério, inclusive possíveis terroristas, estes navios podem ter deficiências. A reparação dessas deficiências exigirá grandes financiamentos, pois pode ser necessário modernizar todos os destróieres deste tipo."

Respondendo à pergunta se o destróier pode ser afundado em uma guerra real, Vladimir Evseev preferiu não o afirmar com certeza, mas acrescentou que as caraterísticas da costa perto da península coreana permitem à Coreia do Norte atacar os navios dos EUA.

"O uso das caraterísticas dos fundos perto da península coreana, havendo vontade política de realizar um ataque com submarinos, é um problema que realmente existe. Não é somente um problema da Marinha dos EUA, mas também das da Coreia do Sul e do Japão."

A situação se agrava ainda mais se tomarmos em conta o fato de que um dos destróieres norte-americanos, anunciados nos anos de 1990 como os mais modernos, foi copiado pelo Japão e pela Coreia do Sul para fazerem parte das suas marinhas. Caso todos estes navios tenham algum defeito estrutural comum, então a Marinha norte-coreana terá muitas chances de vencer as possíveis batalhas navais.

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