Turquia compartilha informações sobre assassinato de jornalista saudita com a CIA, diz jornal

Jornal turco afirma há dias que investigadores têm gravações de vídeo e áudio que provavam que o jornalista foi torturado e esquartejado no consulado saudita em Istambul. Governo não confirma.


France Presse

A Turquia compartilhou com a diretora da Agência Central de Inteligência (CIA) americana as informações obtidas no âmbito da investigação do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, afirma o jornal turco "Sabah".

Khashoggi desapareceu em 2 de outubro — Foto: Reuters/Osman Orsal/File Photo
Khashoggi desapareceu em 2 de outubro — Foto: Reuters/Osman Orsal/File Photo

O Serviço de Inteligência Turco (MIT) informou Gina Haspel, que comanda a CIA desde abril, "sobre as provas vinculadas" ao assassinato do jornalista, de acordo com a publicação, ligada ao governo e uma das principais as revelar os "vazamentos" sobre a investigação desde o início do caso. Haspel, que foi espiã e fala turco, chegou em Istambul na terça-feira e já se reuniu com altos funcionários do governo.

O jornal afirma que o MIT exibiu à diretora da CIA alguns vídeos e disponibilizou gravações de áudio. Também compartilhou "os elementos obtidos durante a operação de busca no consulado geral e na residência do cônsul da Arábia Saudita em Istambul".

Jamal Khashoggi, 59 anos, colunista do jornal americano "Washington Post" e crítico do poderoso príncipe herdeiro saudita, foi assassinado em 2 de outubro no consulado do seu país, em Istambul.

Desde o desaparecimento de Kashoggi, os jornais turcos, incluindo o "Sabah", afirmavam que os investigadores tinham gravações de vídeo e áudio que provavam que o jornalista foi torturado, assassinado e esquartejado.

Ancara, no entanto, não reconheceu oficialmente a existência do material de áudio e vídeo. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, não mencionou estes elementos em um discurso na terça-feira (23) sobre o caso Khashoggi.

Ele afirmou a colegas de partido, no parlamento, que há fortes sinais de que o assassinato foi planejado e de que ele foi morto de uma forma selvagem.

Pressão internacional

A pressão internacional contra a Arábia Saudita é crescente. Os Estados Unidos e o Reino Unido revogaram os vistos de autoridades sauditas suspeitas de envolvimento no caso do jornalista.

Nesta quarta-feira, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, pediu toda a verdade sobre o "impactante assassinato" do jornalista independente. "O único interesse europeu é revelar todos os detalhes deste caso, sejam que for o autor", afirmou no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, na França.

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