Foguete coreano põe ONU em alerta

Coreia do Norte desobedece Nações Unidas e lança artefato ao espaço



A Coreia do Norte anunciou o lançamento ontem de um foguete carregado com satélite de comunicações que já estaria em órbita da Terra e "transmitindo músicas revolucionárias". Segundo as autoridades japonesas, o artefato, na verdade, caiu a cerca de 2.100 quilômetros de Tóquio. Coreia do Sul, Japão e EUA temem que lançamento tenha servido de teste para um míssil de longo alcance. Barack Obama considerou a atitude como "uma provocação". Ontem mesmo o Conselho de Segurança da ONU foi convocado em caráter de emergência para discutir formas de reação.

ONU convoca reunião de emergência

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu ontem às pressas para discutir a crise criada pelo lançamento de um foguete norte-coreano de longo alcance, mas a reunião terminou sem chegar a um consenso sobre qual ação será tomada em relação ao país. Membros concordaram em retomar as discussões "no momento adequado".

– Os membros do Conselho de Segurança da ONU concordaram em continuar as consultas sobre a reação apropriada do Conselho, em conformidade com as suas responsabilidades e dada a urgência do assunto – afirmou Claude Heller, embaixador do México da ONU e presidente rotativo do Conselho de Segurança, após a reunião.

A Coreia do Norte diz que o lançamento do foguete, realizado no final da noite de sábado (horário de Brasília), foi feito para colocar um satélite civil de comunicação em órbita. Porém, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão afirmam que o foguete era fachada para um teste para o lançamento de um poderoso míssil nuclear.

Antes da reunião começar, a França e os Estados Unidos pediram que o organismo tenha uma resposta unânime contra o governo norte-coreano.

– O lançamento da Coreia do Norte é uma ameaça à estabilidade da região. O Conselho de Segurança deve atuar de forma unânime e condenar a provocação norte-coreana – declarou o embaixador da França da ONU, Jean Maurice Ripert, pouco antes do início da reunião.

Em preparação para o evento, o chanceler russo, Serguei Lavrov, conversou, por telefone, com seus colegas da China, Japão e Coreia do Sul, além da secretária de Estado americana, Hillary Clinton. De acordo com a chancelaria russa, na conversa com Hillary, os dois colegas defenderam esforços conjuntos para impedir a desestabilização no nordeste da Ásia e para preservar o processo de negociação de seis lados sobre o problema nuclear norte-coreano.

De Praga, na República Tcheca, onde participa de reunião bilateral com a União Europeia, o presidente americano, Barack Obama, pediu que a Coreia do Norte receba, da comunidade internacional, uma resposta enérgica.

– Leis precisam ser efetivas. Violações precisam ser punidas. Palavras precisam ter significado – exigiu. – É uma estranha guinada na História. A ameaça de uma guerra global se foi, mas o risco de um ataque nuclear aumentou.

A resolução 1718 da ONU, adotada em outubro de 2006, após os disparos de mísseis no dia 5 de julho e do teste nuclear realizado em 9 de outubro do mesmo ano, exige o fim das provas nucleares e dos tiros de mísseis balísticos, e proibe o fornecimento de material ligado a estes programas e a outras armas.

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