Brasil quer informações sobre acidente com caças Rafale




Brasília - Os resultados da investigação sobre a queda de dois caças Rafale no Mar Mediterrâneo na semana passada serão entregues ao Brasil, que negocia a compra de 36 aeronaves do modelo, prometeu ontem o Ministério da Defesa da França. O comando da Força Aérea Brasileira havia solicitado na semana passada para as autoridades francesas acesso às investigações abertas após o acidente.

O acidente aconteceu em meio às discussões para a venda dos Rafale, fabricados pela francesa Dassault, ao Brasil. Se concretizada, a venda será a primeira exportação do caça de nova geração após anos de tentativas fracassadas.

As duas aeronaves da Marinha francesa caíram na última quinta-feira a cerca de 30 quilômetros da cidade de Perpignan, provavelmente após colidirem no ar, disseram as autoridades franceses.

Somente um dos pilotos foi resgatado com segurança. O acidente gerou questionamentos sobre seu possível impacto em um eventual acordo com o Brasil, mas o ministro da Defesa, Nelson Jobim, garantiu ontem que o ocorrido não influenciará a escolha brasileira.

– Acho que isso não tem a ver, eu não conheço o problema (dos caças), mas a informação que se tem é que houve uma falha humana – disse Jobim após participar da abertura de um seminário internacional sobre energia nuclear no Rio, que ainda utilizou o histórico de acidentes de concorrentes da Dassault para minimizar a queda. – Se isso fosse verdadeiro, não poderíamos mais estar comprando aviões Boeing.

O porta-voz do Ministério da Defesa francês, Laurent Teisseire, disse em entrevista coletiva ontem que o resultado "completo" da investigação será divulgado ao Brasil.

– Com um parceiro importante como o Brasil, obviamente quando a hora for apropriada, e de acordo com uma forma que, pelo meu conhecimento, ainda não foi determinada, haverá transparência, como seria o esperado entre dois países parceiros – explicou. – É tradicional que os resultados de uma investigação aeronáutica seja compartilhada dentro da comunidade aeronáutica. O objetivo é que todos, a comunidade de compradores e mais genericamente a comunidade das pessoas que voam, tenham o melhor entendimento do que aconteceu.

Também estão na disputa para fornecer caças ao Brasil o F-18 Super Hornet, da norteamericana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab. As três companhias têm até o dia 2 de outubro para apresentar melhorias nas propostas enviadas à FAB. Segundo Jobim, até agora nenhuma das concorrentes protocolou sua nova proposta junto ao governo para a venda dos caças. Tanto Jobim quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contudo, já expressaram preferência pelo caça francês.

(Com agências)

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