Dois caças Rafale se chocam na França

Modelo fabricado pela Dassault é o favorito do presidente Lula para reequipar a Força Aérea Brasileira




Andrei Netto, PARIS

Dois caças Rafale, similares aos que o governo Luiz Inácio Lula da Silva planeja adquirir para reequipar a Força Aérea Brasileira (FAB), caíram ontem no Mar Mediterrâneo. O acidente aconteceu a 30 quilômetros da cidade de Perpignan, no sul da França, por volta de 16 horas.

De acordo com a Marinha francesa, que tem 17 aeronaves Rafale, o choque ocorreu em pleno voo. No início da noite, o piloto de um dos caças foi resgatado com vida, mas o outro continuava desaparecido.

Segundo o Ministério da Defesa da França, os dois aviões haviam decolado do porta-aviões Charles de Gaulle para exercícios. As causas do choque eram ignoradas, segundo indicou Bertrand Bonneau, capitão de fragata e porta-voz da Marinha, em entrevista à rede de TV pública France 2. "A priori, trata-se de um acidente", declarou Bonneau.

A queda dos caças ocorreu justamente na retomada das atividades do porta-aviões Charles de Gaulle, que esteve retido em um estaleiro ao longo dos últimos meses.

Quatro helicópteros, um avião de vigilância Aérea Hawkeye, um avião de patrulha marítima e uma lancha foram destacados para as tarefas de resgate do piloto.

"Importantes recursos foram imediatamente deslocados para a zona de buscas aos pilotos, dos quais um foi encontrado", confirmou a Marinha, em comunicado. A Força informou, ainda, que o aviador resgatado passava bem. "As operações de buscas prosseguem para encontrar o segundo piloto."

Este é o segundo desastre envolvendo um Rafale desde a entrada desse caça em operação, em maio 2001. Em dezembro de 2007, um piloto morreu na queda de um modelo da Força Aérea francesa, na cidade de Neuvic, no sudoeste do país.

PREFERÊNCIA

No último dia 7, aproveitando a visita do colega francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o presidente Lula anunciou a preferência pela empresa francesa Dassault para a compra de 36 caças.

O custo total estimado do projeto FX-2 era de ? 4 bilhões (R$ 10,6 bilhões), valor que pode ser alterado até a assinatura do contrato, já que foi apresentada uma nova proposta.

O comunicado de apenas três parágrafos, no qual o governo revelou a decisão de abrir negociação com a Dassault, gerou protestos dos outros dois concorrentes internacionais.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, veio a público dizer que a concorrência não estava terminada. Os outros participantes - a Saab, sueca, com o caça Gripen, e a Boeing, americana, com o F-18 - também reformularam as suas ofertas.

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