Nova falha do sistema ABL

Futuro do laser aéreo terá sido comprometido

Área Militar

Um dos projectos mais queridos do sistema norte-americano de defesa anti-míssil sofreu na passada semana um pesado revês, quando num teste sobre as capacidades do sistema para destruir mísseis, o sistema ABL «Airborne Laser » falhou a destruição efectiva do alvo.

O alvo era um drone que simulava um míssil balístico, deveria ser destruído a uma distância de aproximadamente 160km.

O sistema ABL, é capaz de emitir um raio laser de alta potência e está instalado a bordo de um Boeing B747 modificado.

Segundo foi divulgado pelas agências de notícias, o sistema consegui detectar o lançamento do míssil e atingiu o míssil com o raio, mas o raio não terá sido capaz de destruir o míssil.

O ABL tem sido um dos programas militares mais criticados nos Estados Unidos e muitos afirmam que se trata de pouco mais que um programa de ficção científica que é apenas um buraco sem fundo para deitar dinheiro. O ABL é uma espécie de Sabre de Luz de Darth Vader em «Star Wars» afirmam outro.

A verdade é que o programa já consumiu mais de 4.000 milhões de dólares e por isso o programa foi reduzido em 2009, deixando apenas recursos para se continuar com testes numa única plataforma B747.
O ABL tem tido altos e baixos e as expectativas aumentaram em 2009 quando o sistema conseguiu destruir um míssil a uma distância de cerca de 80km.

Curiosamente, não são as armas «laser» que estão em causa, mas sim o conceito do laser de alta potência, que requer as enormes dimensões de um Boeing B747. Também recentemente têm-se registado alguns sucessos importantes em programas muito mais económicos utilizando lasers eléctricos que podem efectivamente destruir alvos a distâncias relativamente pequenas.

O problema do ABL, parece ser o da potência disponível. O laser é um raio de luz que por natureza se dissipa. A 80km ele pode ser eficiente, mas a 160km ele pode não ser eficiente. O programa de defesa anti-míssil norte-americano prevê utilizar o ABL na sua camada inicial de defesa e por isso ele têm que ser capaz de atingir alvos a distâncias elevadas. Sem essa capacidade ele transforma-se num caríssimo brinquedo voador.

A outra crítica ao sistema, prende-se com a necessidade de o ABL ter que se aproximar do território do potencial agressor para destruir os mísseis balísticos. Em conflitos com países como a Coreia do Norte ou o Irão isso poderia ser possível, porque a Força Aérea norte-americana rapidamente varreria qualquer ameaça aérea, mas para conflitos contra países possuidores de forças aéreas mais poderosas, o domínio aéreo seria sempre contestado e o ABL não tem como se defender contra ataques por parte de aeronaves inimigas.

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