Rússia apela aos EUA para não atacarem a Síria

Moscovo manifesta preocupação por uma possível intervenção militar norte-americana, no dia em que a ONU começa a investigar o uso de armas químicas no país.

Mafalda Ganhão | Expresso, com Lusa

No mesmo dia em que peritos das Nações Unidas (ONU) iniciam as investigações sobre o uso de armas químicas na Síria, a Rússia apelou hoje aos Estados Unidos para que se abstenham de avançar para uma intervenção armada no país e para que criem condições a uma investigação imparcial.

Numa conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano John Kerry, o ministro russo dos Negócios Estrangeiros disse que "Moscovo recebeu com profunda preocupação" as declarações oficiais de Washington, feitas nos últimos dias, sobre a preparação das forças armadas para intervirem no conflito sírio.

"Fica-se com a impressão de que certos círculos, incluindo os que apelam ativamente a uma intervenção militar à revelia da ONU, tentam claramente destruir os esforços russo-americanos dos últimos meses com vista à convocação de uma conferência internacional sobre a regularização pacífica da crise", lê-se num comunicado publicado pela diplomacia russa.

Serguei Lavrov chamou ainda a atenção de John Kerry para as graves consequências de uma intervenção armada em toda a região do Médio Oriente e da África do Norte, "onde se sente fortemente a influência de processos desestabilizadores em países como o Iraque e a Líbia".

Também o Presidente sírio advertiu os EUA, garantindo que um eventual ataque irá fracassar. Em entrevista a um jornal russo, Bashar al-Assad considera um "insulto ao bom senso" as acusações do ocidente em relação à utilização de armas químicas.

O Governo sírio autorizou ontem a inspeção de um local perto de Damasco, onde terá ocorrido o ataque que na semana passada chocou o mundo. Uma decisão que Washington diz pecar por tardia, já que o constante bombardeamento do local já o terá "corrompido".



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