EUA descartam intervenção militar iminente na Venezuela

John Bolton, o assessor de segurança nacional do presidente americano, Donald Trump, descartou nesta sexta-feira que Estados Unidos, Brasil e Colômbia estejam planejando uma intervenção militar iminente na Venezuela, ao assegurar que deseja uma "transição pacífica".


EFE

Washington - Durante uma entrevista ao programa de rádio conservador de Hugh Hewitt, Bolton respondeu "não" à pergunta de se tal intervenção é iminente por parte de EUA, Brasil, Colômbia ou uma combinação desses países, embora tenha lembrado que Trump mantém "todas as opções sobre a mesa" em relação à crise na Venezuela.


EFE/Miguel Gutiérrez
EFE/Miguel Gutiérrez

"Nosso objetivo é uma transição pacífica do poder. E por isso estivemos impondo sanções econômicas, aumentando a pressão política no mundo todo", afirmou o assessor de Trump.

Bolton gerou expectativa ao falar com a imprensa na segunda-feira passada carregando um bloco de folhas de papel de notas no qual se podia ler, como captaram os fotógrafos, a frase "5.000 tropas à Colômbia".

Perguntado a respeito, o assessor de Trump disse que dar mais detalhes sobre as opções militares dos EUA "seria imprudente, como diria (o ex-presidente americano) George H. W. Bush".

Um ex-funcionário que trabalhou em temas latino-americanos no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Fernando Cutz, disse esta semana à Agência Efe que a anotação no caderno de Bolton poderia fazer parte simplesmente de uma "operação psicológica" para fazer com que os militares venezuelanos rompam com Maduro.

Na sua entrevista de hoje, Bolton expressou confiança em que os protestos convocados para este sábado na Venezuela pelo líder do parlamento venezuelano e autoproclamado presidente em exercício, Juan Guaidó, "convençam os militares e outros na Venezuela que a arrasadora maioria do povo do país quer o fim do regime de Maduro".

Além disso, declarou que Maduro deveria aposentar-se para viver em uma "bonita praia longe da Venezuela", e que, caso contrário, se arrisca a acabar "em outra região de praia como a de Guantánamo" (Cuba), onde os EUA têm uma prisão para suspeitos de terrorismo.

Bolton opinou ainda que, se Maduro deixar o poder, "a infraestrutura petrolífera" da Venezuela "pode ajeitar-se bastante rapidamente", e essa pode ser uma "fonte de receita " importante para reparar a "devastação econômica" que assola o país.

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