Força Aérea Brasileira deverá utilizar o caça Gripen em esquadrão multifunção

Estado-Maior da Aeronáutica pretende reativar o Esquadrão Pacau, que tem como característica o emprego tático de aeronaves


Ricardo Meier | AirWay

A Força Aérea Brasileira (FAB) planeja reativar o 1º/4º GAV, conhecido como Esquadrão Pacau. Uma portaria do Estado-Maior da Aeronáutica publicada na semana passada prevê que o esquadrão fique lotado na Base Aérea de Anápolis, em Goiás, onde hoje estão os novos caças Saab F-39 Gripen.

Os caças F-39 Gripen hoje voam no Esquadrão Jaguar (FAB)

O Esquadrão deverá voltar a existir em julho e operar em paralelo ao 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), que é até aqui o único a voar com os Gripen.

A FAB construiu a Base Aérea de Anápolis para sediar a 1ª Ala de Defesa Aérea – 1ª ALADA – em 1970 e que foi responsável por operar os caças Dassault Mirage III F-103E e F-103 dois anos depois.

Em 1979, a 1ª ALADA foi substituída pelo 1º GDA – Esquadrão Jaguar, que é responsável pela defesa aérea do país. Os Mirage III ficaram em serviço até 2005 quando a FAB trouxe 12 Mirages 2000 de segunda mão vendidos pela França.

Em 2013 os Mirage 2000 também foram aposentados, restando aos F-5M o papel de defesa aérea até a chegada dos caças Gripen.

A encomenda de 36 jatos da Saab, no entanto, é mais numerosa do que a frota de Mirages que foi disponibilizada ao Esquadrão Jaguar em toda a sua história.

Além disso, o Gripen E é um caça multifunção, capaz de desempenhar missões de interceptação e ataque ao solo com a mesma eficácia.

Esquadrão Pacau e sua longa folha de serviços


Essas características vão ao encontro da história do Esquadrão Pacau, criado em 1947 na Base Aérea de Fortaleza e que teve como primeiras aeronaves o Lockheed A-28 Hudson e North American B-25J, que permaneceram na ativa até 1956.

Naquele ano, a unidade passou a realizar treinamento de caça e para isso incorporou os os aviões Republic P-47D Thunderbolt por um breve período.

Em 1958, a FAB destinou todos os 33 os caças a jato Lockheed F-80C Shooting Star para o 1º/4º GAV, mais tarde complementados pelos AT-33, versão de dois assentos da aeronave.

O Esquadrão Pacau passou a voar com os jatos AT-26 Xavante, fabricados sob licença pela Embraer, em 1973. Passados 25 anos, o 1º/4º GAV voltou a operar outra aeronave produzida pela empresa brasileira, o A-1 (AMX).

Em 2002, o 1º/4º GAV foi transferido para a Base Aérea de Natal até que em 2010 o Comando da Aeronáutica transferiu caças F-5M para ele e o baseou em Manaus para ser um vetor rápido de defesa aérea na Amazônia.

Após 11 anos, o Esquadrão Pacau foi desativado em 2011 quando a FAB desativou um estado de alerta na região. A Amazônia passou então a ser patrulhada pelos turboélices A-29 Super Tucano, usados sobretudo em interceptações de aeronaves do tráfico de drogas.

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