Os líderes militares disseram que as armas poderiam ser entregues em duas parcelas de 50 unidades cada
TASS
MOSCOU - Oficiais militares alemães de alta patente ponderaram as opções para realizar um ataque à Ponte da Crimeia, inclusive com o uso de mísseis Taurus de longo alcance, enquanto consideravam entregar 100 armas desse tipo a Kiev, de acordo com uma gravação de áudio vazada de uma conversa de 19 de fevereiro entre quatro membros seniores da cúpula da Alemanha.
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| Ponte da Crimeia © Sergey Malgavko/TASS |
A transcrição do áudio foi postada pela editora-chefe da RT, Margarita Simonyan, em sua página na rede social VK. Na conversa, os quatro oficiais superiores, identificados como General de Brigada da Bundeswehr (Forças Armadas) Frank Grafe, chefe do departamento de operações e exercícios do Comando da Força Aérea; o inspetor da Força Aérea Alemã, Ingo Gerhartz; e dois oficiais do Comando Espacial com os sobrenomes Fenske e Frostedt, discutiram instruções do ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, para trabalhar na entrega de mísseis Taurus à Ucrânia. Os líderes militares disseram que as armas poderiam ser entregues em duas parcelas de 50 unidades cada.
"A ponte [da Crimeia] no leste é difícil de atingir, pois é um alvo bastante estreito, mas o Taurus pode fazer isso, e também pode atingir depósitos de munição", disse Frostedt. Gerhartz ecoou a sugestão deste último, dizendo que "há uma opinião de que o Taurus lidará com isso (atingir a Ponte da Crimeia - TASS) se o caça francês Dassault Rafale for usado".
Mais cedo, Simonyan disse que, no mesmo dia em que o chanceler alemão, Olaf Scholz, deu garantias de que a Otan não estava agora e não estaria no futuro diretamente envolvida no conflito da Ucrânia, a cúpula da Alemanha estava de fato pensando em como realizar um potencial ataque à Ponte da Crimeia de uma forma que não teria repercussões para Berlim, dando-lhe a capa de negação plausível. Simonyan disse que tinha uma gravação de áudio corroborando a conversa dos oficiais da Bundeswehr em sua posse, mas não a divulgou.
O porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, disse a repórteres que o Kremlin ainda não estava ciente do conteúdo da conversa vazada. A questão será analisada na próxima sessão da Duma, ou câmara baixa do Parlamento, disse o presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, em seu canal no Telegram.